Pegada de nitrogênio: estudo revela impactos e culpados


Recentemente uma nova discussão tem sido levantada a respeito do impacto que podemos causar no meio ambiente, e embora já soubéssemos a respeito da pegada de carbono, pouco se falava a respeito da pegada de nitrogênio que foi calculada pela primeira vez por pesquisadores e publicada no periódico Nature Geoscience. Embora alarmantes, os resultados revelam informações pontuais para as medidas vindouras que podem ser adotadas pelos governos.

Para fins de diferenciação, o nitrogênio molecular (ou dinitrogênio) ocupa cerca de 80% da atmosfera e dificilmente sofre reações, a não ser por relâmpagos, ação de bactérias ou, no caso que mais preocupa os pesquisadores, processos industriais. “É necessária muita energia para transformar N² (nitrogênio molecular) em nitrogênio reativo” afirma Arunima Malik, da Universidade de Sidney na Austrália.

Os impactos causados pelo nitrogênio reativo são incalculáveis, podendo ser mencionadas as mortes por poluição do ar ou mesmo da água, como exemplo. Mas o que realmente preocupa é que as emissões do nitrogênio reativo no meio ambiente tenham aumentado mais de 10 vezes no último século e meio.

Um dos detalhes que mais chama a atenção na publicação é de que há grande disparidade na emissão de nitrogênio reativo entre as populações desenvolvidas e as em desenvolvimento. Neste quesito, observou-se que países desenvolvidos tendem a ter uma pegada de nitrogênio duas vezes maior do que a quantidade que produzem localmente, isso porque importam produtos liberadores de nitrogênio de outros países. Para se chegar aos resultados foram considerados 188 países para esta pesquisa e considerou-se principalmente o que fabricam, quem consome e o que está sendo fabricado.

Além de ser um subproduto da queima de combustíveis fósseis, o nitrogênio reativo também é resultado dos fertilizantes nitrogenados. No entanto, a grande dificuldade em considerar a resolução dos problemas de emissão de nitrogênio reativo da fertilização nitrogenada é justamente pelos excelentes resultados que proporciona, uma vez que cerca de 2/5 da população mundial é alimentada graças a esta técnica.

Obviamente algumas medidas foram sugeridas, tal qual a identificação clara na embalagem de um produto oriundo de fertilizante nitrogenado para o consumidor final, assim seria possível adquirir ou não um produto com uma clara pegada de nitrogênio. O problema real, porém, é o baixíssimo custo do fertilizante nitrogenado em relação às outras técnicas disponíveis, “não há incentivo econômico para reduzir o uso”, diz Arunima.

Em termos globais entende-se que as medidas mais efetivas tendem a ser as econômicas, pois se por um lado temos a prevista falta de eficiência ao incluir um informativo no produto a ser consumido, justamente por lidar com a livre escolha de mercado, por outro há também a ideia de uma taxação sobre a produção de nitrogênio reativo, afinal lidaria diretamente com os aspectos de produção, encarecendo o processo.

Fundamentalmente, apesar de haver a possibilidade de controle de que o que se consome tem ou não uma significativa pegada de nitrogênio, a tendência é de que o controle do mesmo, a fim de evitar futuras mazelas ao meio ambiente, seja de fato estudada e proposta por convenções mundiais, tais quais as do Clima e Meio Ambiente.

Leia também: O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA REDUZIR AS EMISSÕES DE CO2?

Fonte foto capa: Shutterstock




Redação greenMe

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