Duas novas variedades de milho transgênico foram liberadas para o consumo


Em meio as polêmicas e as batalhas contra e a favor dos transgênicos, principalmente no que se refere à liberação do plantio de eucalipto transgênico, considerada danosa para o meio ambiente, duas novas variedades de milho transgênico foram liberadas para os consumos humano e animal: o DAS-40278-9, da Dow AgroSciences Sementes e Biotecnologia, e o NK 603 X T25, da Monsanto.

Segundo informações da Dow AgroSciences, seu milho transgênico possui a vantagem de ser tolerante ao herbicida 2,4-D, enquanto que o milho transgênico da Monsanto é tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônia.

Porém, a coordenação da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida alega de que há indícios contundentes de que esses venenos, ao serem pulverizados, contaminam a lavoura.

“A cada vez que se comer uma pamonha e outros alimentos feitos com esse milho, vão se acumulando partículas associadas ao desenvolvimento de doenças neurológicas, conforme apontam estudos da Fiocruz e da Universidade Federal do Mato Grosso”, um dos coordenadores da Campanha, o agrônomo Leonardo Melgarejo.

Isso significa que haveriam fortes riscos de que os derivados do milho, como a farinha, a polenta e o fubá, irão concentrar altas doses de partículas que podem causar alterações na função de diversas glândulas no organismo, causar má formação fetal, além de ativarem células cancerígenas, e por essa razão estão sendo proibidas em muitos países.

O 2-4 D, por exemplo, é um herbicida de nome científico ácido diclorofenoxiacético. Este ácido é um dos componentes do agente laranja (uma mistura deste herbicida com o 2,4,5-T, cuja síntese com a dioxina tetraclorodibenzodioxina pode provocar câncer), criado como parte do programa de guerra bioquímica e biológica na Segunda Guerra Mundial e também usado fartamente na Guerra do Vietnã (80 milhões de litros aproximadamente), com graves sequelas para o país e o para os soldados estadunidenses até os dias de hoje.

O agricultor Cleber Folgado, também integrante da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, relembra o fato de que o Ministério Público Federal, depois de audiência pública com a participação da presidência da CTNBio e alguns de seus membros, pediu que a comissão aguardasse análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pode proibir o uso do 2,4-D no Brasil, e a realização de mais estudos.

“A CTNBio não levou nada disso em consideração”, alega.

A integrante do MST Atiliana Brunetto também a CTNBio: “O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A grande maioria de seus integrantes se colocam em favor dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde pública”.

E finaliza criticando a entrada de mais agrotóxicos no Brasil: “O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Uma pesquisa recente da Universidade de Brasília concluiu que, na hipótese mais otimista, 30% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são impróprios para o consumo somente por conta de contaminação por agrotóxicos”.

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Redação greenMe

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