Covid-19: a situação é muito grave para os Indígenas do Xingu


A Terra Indígena Kayapó já contabiliza a mortes de indígenas por Covid-19 e vários casos confirmados da doença.

Nos municípios próximos a Terras Indígenas (TIs) e Unidades de Conservação (UCs) da bacia do Xingu que vão do Pará ao Mato Grosso a situação é muito grave: são 2.133 casos confirmados e 62 óbitos, informa o Instituto Socioambiental.

Na TI Kayapó, localizada no Pará, os indígenas Bàytum e Tubãrã Kayapó foram os primeiros a falecerem por Covid-19 no Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental, que é parte do conjunto de 21 Terras Indígenas e nove Unidades de Conservação da bacia do Xingu.

O coordenador executivo da Associação Floresta Protegida, Adriano Jerozolimski, avalia que é preciso garantir o isolamento das aldeias para impedir a chegada da doença, embora isso não coíba a sua disseminação:

“Remediar os impactos da Covid-19 quando a doença já entrou na aldeia será um desafio de outra magnitude, por diversas questões, mas especialmente pela enorme dificuldade de implementar um isolamento social efetivo dentro das comunidades. Como evitar a circulação de crianças? Como evitar as cerimônias tradicionais de velório e sepultamento?”.

Em Altamira, município base para onze Terras Indígenas e sete Unidades de Conservação, também já se contabilizam mortes de indígenas por causa da Covid-19: são três óbitos e 309 casos confirmados. Há suspeita de que indígenas Juruna e Xipaya tenham sido contaminados pelo vírus.

O povo Xavante também foi atacado pela Covid-19. Um bebê de apenas 11 meses morreu vítima da doença. A criança era da TI Marãiwatsédé, que fica entre as bacias do Xingu e do médio Araguaia.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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