Após Havaí, Califórnia também proíbe sacolas plásticas


Após a proibição de sacolas plásticas no estado americano do Havaí ano passado, agora é a vez da Califórnia abolir um dos símbolos mais poluentes do capitalismo contemporâneo. Com 52% de votos favoráveis, a chamada Proposition 67 já está em vigor e torna o uso de sacolas plásticas ilegais em 58 distritos californianos.

O primeiro estado americano a proibir oficialmente o uso das sacolas plásticas foi o Havaí em 1° de Julho de 2015, mesmo que agora passe por alguns entraves legais, como medidas que autorizaram o reuso de sacolas já existentes.

Leia mais: HAVAÍ É O PRIMEIRO ESTADO NORTE-AMERICANO A BANIR SACOLINHAS PLÁSTICAS

De qualquer maneira, na Califórnia a notícia foi bem recebida, mesmo que tenha pego alguns consumidores de surpresa: “estive nesta loja há alguns dias e hoje eu (descubro) que tenho que comprar sacolas plásticas. Eu estava acostumado com a conveniência, então não tinha que pensar sobre isso. Agora isso acabou” relata a consumidora Sadie Hodge para o Los Angeles Times.

Reclamações dos fabricantes

No entanto, mesmo com o evidente benefício ecológico do banimento das sacolas plásticas, houve também quem apresentasse contra-argumentos, como os fabricantes de sacolas plásticas de Los Angeles. Para a indústria, a proibição do uso de sacolas fará com que haja redução de empregos, uma vez que fábricas terão de ser fechadas.

Bill Lindamood, diretor de marketing da fábrica local Elkay Plastics, classificou a medida de proibição completamente “equivocada”, demonstrando a clara oposição da indústria: “nós nos opomos à proibição, acreditamos que existem alternativas melhores disponíveis, como a reciclagem”.

Porém, a indústria de plásticos parece estar ecoando numa batalha perdida. Para o bem do meio ambiente, a proibição de sacolas plásticas na Califórnia teve receptividade expressiva, incentivamento um meio ambiente repensado, envolvendo diretamente a sociedade. Na Califórnia, a maioria dos consumidores demonstrou satisfação com a nova lei, além de se mostrarem enérgicos e dispostos a fazerem uso das alternativas propostas, como sacolas ecológicas ou sacos de papel adquiridos no supermercado.

O meio ambiente agradece

Embora ainda não haja dados precisos a respeito da quantidade de anos que uma sacola de plástico demora para se decompor, sabe-se que há materiais que podem levar até 100 anos ou mais, causando danos irreversíveis para o meio ambiente. O ato da Califórnia e de outros estados como o Havaí, é um exemplo de respeito não somente ao meio ambiente, mas à vida como um todo.

sacolinha adeus

Em matemática simples, basta que se visualize a quantidade de sacolas plásticas encontradas em cada lar. Normalmente, para cada 3 itens adquiridos no supermercado, soma-se uma sacola plástica que irá ser descartada no meio ambiente. Quando estes números são multiplicados pelos integrantes de uma família e em seguida de uma nação, tornam-se estatísticas aterrorizantes.

Tão importantes quanto as leis de proibição, são as medidas socioeducativas e os exemplos dos cuidadores das crianças na formação de caráter. Em termos reais de comportamento, quando alguém não é educado desde cedo a respeitar o meio ambiente e a vida, dificilmente respeitará a lei de proibição de sacolas, julgando-a como desnecessária ou simplesmente vazia de sentido.

Faça a tua parte

Não é necessário esperar que haja a proibição de sacolas plásticas para que cessemos seu uso imediatamente. Há diversas formas de substituir a sacola plástica, como com a utilização de sacolas de pano ou material reutilizado que não será lançado à natureza depois. Há ainda a possibilidade da utilização de sacos de papel. Casos há em que a sacola nem mesmo é necessária, mas por hábito a aceitamos para levar qualquer coisa que seja.

Os sacos de papel, aliás, eram normais até a década de 90, mas sutilmente foram desaparecendo dos supermercados, substituídos aos poucos pelas sacolas plásticas. Um retrocesso de consciência ou domínio de lobby da indústria?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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