Berta Cáceres – líder indígena hondurenha assassinada


Berta Cáceres foi uma líder indígena hondurenha que lutou bravamente pelos direitos humanos de seus conterrâneos, a etnia Lenca. Berta nasceu e morreu na localidade de “La Esperanza”. Sua vida, 43 anos, durou de 04 de março de 1973 até a última quinta feira, 03 de março de 2016, quando foi assassinada a mando de seus opositores depois de ter denunciado à imprensa o assassinato de 4 indígenas de sua comunidade.

Em 2015 Berta recebeu o Prêmio Goldman de Meio Ambiente para América Central e América do Sul por sua militância contra a construção de uma represa hidrelétrica de Agua Zarca no Río Gualcarque, no departamento de Santa Bárbara, Honduras. Esta hidrelétrica ameaçava a permanência dos povos indígenas em seus territórios ancestrais. E por isso foi morta, assassinada.

A despedida de Berta, em Honduras, levou milhares de pessoas a acompanharem o féretro, gritando suas consignas e pedindo justiça. Que justiça seja feita. Amém!

O Prêmio Goldman foi instituído em 1990 e é concedido, anualmente, como recompensa individual por atuação nas áreas ambientais e de defesa da natureza. É o mais alto prêmio individual concedido atingindo 150 mil dólares. Este também é conhecido como o Prêmio Nobel Verde. Ela lutou sempre por uma nova sociedade, mais justa, digna e orientada à vida. E foi assassinada.

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Por proteger os direitos do povo lenca, ela foi perseguida, ameaçada de morte, de sequestro. Ameaçaram sua família. E finalmente a mataram em sua casa, a tiros. A polícia hondurenha apontou, inicialmente, que o motivo do assassinato de Berta teria sido roubo mas, essa hipótese não se sustentou. Berta era perseguida por seus opositores e gozava de direito especiais de proteção pelos serviços de proteção à testemunha e direitos humanos.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) estabeleceu medidas especiais de segurança para Berta depois de que esta denunciara ameaças à sua vida. Mas, nem isso foi suficiente. A família de Berta exigiu que seus assassinos sejam presos e julgados. Sua mãe, Berta Flores, de 84 anos, disse não ter nenhuma dúvida de que sua filha foi assassinada por sua atividade militante e defesa dos direitos dos povos indígenas hondurenhos.

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que ela foi morta por causa de sua luta e que os soldados e as pessoas da barragem são responsáveis. Eu tenho certeza que eu acredito que o governo responsável.”

Em 1993, Berta ajudou a fundar o Conselho Civil das Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH).

Berta dizia que os rios, atacados pelas hidrelétricas, chamavam por ajuda. Que a Mãe Terra precisava da ajuda dos lencas para poder resistir e se recuperar. Leia aqui o discurso proferido quando do recebimento do Prêmio Goldman. Neste discurso Berta dizia, implorava, exortava todos a se unirem em prol da natureza, da vida, da esperança:

“¡Despertemos¡ ¡Despertemos Humanidad¡ Ya no hay tiempo

Nuestras conciencias serán sacudidas por el hecho de solo estar contemplando la autodestrucción basada en la depredación capitalista, racista y patriarcal. El Río Gualcarque nos ha llamado, así como los demás que están seriamente amenazados. Debemos acudir. La Madre Tierra militarizada, cercada, envenenada, donde se violan sistemáticamente los derechos elementales, nos exige actuar. Construyamos entonces sociedades capaces de coexistir de manera justa, digna y por la vida. Juntémonos y sigamos con esperanza defendiendo y cuidando la sangre de la tierra y los espíritus”.

Fotos: GreenMe Italia




Redação greenMe

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