Mártires da floresta assassinados em defesa do ambiente


A ONG internacional Global Witness alerta para a escalada de assassinatos de ativistas ambientais no mundo inteiro. O relatório destaca Brasil e Camboja dentre os países mais afetados pelo problema.

A batalha entre conservacionistas e detentores de interesses econômicos sobre recursos naturais tem causado numerosas vítimas ao redor do mundo – a entidade estima que aproximadamente mil pessoas foram assassinadas por essa razão na década passada. O Brasil tem uma liderança vergonhosa nessa estatística, com uma estimativa de 365 casos de assassinatos de líderes conservacionistas no período.

Aqui, o assunto logo traz à lembrança os casos de Chico Mendes, assassinado há 25 anos, e da missionária Dorothy Stang, morta há nove anos por defender o uso sustentável da floresta no sudeste do Pará.

Em 2011 foi a vez do casal de extrativistas José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, que, por denunciarem grileiros e desmatamento no Pará, também foram assassinados. Os ativistas eram produtores de castanhas e óleos vegetais. José Claudio teve uma orelha cortada por seus executores, para servir de prova de seu assassinato.

No ano passado, ganhou relevo o caso de Gonzalo Hernandez, biólogo espanhol assassinado no sul do estado de Rio de Janeiro. O ambientalista morava há cerca de dez anos na região, onde plantou mais de 4000 árvores e denunciou atividades ilegais em área protegida, como caça e extração de palmito.

No Camboja, ganhou destaque o caso de Chuck Witty, ativista ambiental assassinado pela polícia militar cambojana em 2012, seguido pela morte de uma menina de 14 anos numa desocupação forçada de um vilarejo, também pela polícia militar.

Traço comum nesses crimes ao redor do mundo é a falta de efetividade das investigações e punição dos envolvidos. Estima-se que em menos de 1% dos casos tenha se chegado a punir os responsáveis.

Entretanto, apesar das intenções dos criminosos mandantes de tais ações, muitas vezes os resultados são o oposto ao que eles desejavam. Para Marcos Afonso, amigo de Chico Mendes, os fazendeiros cometeram um engano. “Eles tiraram o líder para diminuir a resistência. Pelo contrário, acabaram aumentando a resistência,” ele disse.

Ficam os votos para que esses sacrifícios não sejam em vão. Afinal, como disse Chico Mendes, “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade.”

Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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