O horror por trás de nossas roupas: em Bangladesh crianças forçadas ao trabalho


Milhares de crianças em Bangladesh são forçadas a trabalhar em fábricas têxteis irregulares que produzem jeans e outras roupas que nós usamos normalmente.

Elas recebem por mês algo em torno a 800 taka, a moeda local, o equivalente 10 dólares, ou 39 reais!!! O salário mínimo estipulado pelo governo para os trabalhadores deste setor, depois do acidente em Rana Plaza, é de 5.300 taka.

O fotógrafo Claudio Montesano Casillas, relata através de suas lentes, a exploração do trabalho infantil e revela o lado escuro da indústria do vestuário, que insiste em sobreviver não obstante o horror causado na tragédia em que mais de 1.100 trabalhadores morreram.

Suas fotos documentam o que acontece dentro das fábricas de roupas em Bangladesh, especificamente na cidade de Keraniganj (Dhaka), próxima de Rana Plaza, local do acidente.

Em Bangladesh, cerca de 7.000 fábricas não estão sujeitas às verificações de segurança. As fotografias mostram edifícios sem saídas de emergência, extintores de incêndio ou planos anti-incêndios.

As fábricas produzem roupas irregulares que são vendidas no próprio país, mas também para grandes marcas internacionais, através de subcontratos que tornam realmente difícil entender qual é a verdadeira proveniência destes produtos.

Visitando Bangladesh, o fotógrafo mostrou além das condições inexistentes de segurança nestas fábricas, a triste condição das crianças que ali trabalham.

foto

foto

O trabalho começa cedo e termina tarde. A idade das crianças vai de 10 a 14 anos. A UNICEF estima a existência de 1 milhão de crianças nestas condições mas na realidade, este número pode ser ainda maior. As crianças que ali trabalham não frequentam a escola e lidam com tarefas de todos os tipos, desde à aplicação de lantejoulas à limpeza do maquinário.

foto

Nas fábricas regulares as condições seriam melhores mas a realidade das fábricas não oficiais é outra, onde a exploração do trabalho infantil é comum.

foto

Sabemos que fugir do trabalho escravo moderno é muito difícil nesse sistema capitalista que estamos inseridos. Mas também um pouco disso é nossa culpa: somos consumidores, queremos muitas coisas e a preços baixos.

foto

foto

foto

foto

As fotos de Claudio nos deixam a responsabilidade de verificar, o tanto quanto possível, a proveniência das nossas roupas. E como esta tarefa não é fácil, podemos evitar de comprar das grandes redes, preferir comprar produtos cuja proveniência conhecemos e comprar menos. Por quê mesmo precisamos de tantas coisas assim?

Talvez te interesse ler também:

9 MULTINACIONAIS DO CHOCOLATE QUE EXPLORAM CRIANÇAS

MAPA PARA O CONSUMO CONSCIENTE LIGA PESSOAS, IDEIAS, BRECHÓS E MUITO MAIS

Fonte fotos: Claudio Montesano Casillas




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...