Suécia restringe a venda de cremes antienvelhecimento para menores de 15 anos


A Suécia adotou uma medida inovadora ao restringir a venda de cremes antienvelhecimento para menores de 15 anos, visando proteger a saúde da pele das crianças e adolescentes desse país. A medida surge em resposta ao crescente interesse dessa faixa etária, especialmente entre 8 e 13 anos, pelos cuidados avançados com a pele, fenômeno amplificado pelas redes sociais como Instagram e TikTok e que ganhou o apelido de “Sephora Kids”.

O fenômeno revela que meninas pré-adolescentes, encantadas pelo universo dos produtos de beleza, têm frequentado lojas como a Sephora em busca de produtos muitas vezes desenvolvidos para peles mais maduras. Esse comportamento não apenas causou tumulto nas lojas, mas também acendeu um alerta sobre os riscos de crianças utilizarem produtos com componentes como AHA, BHA, vitamina A (retinoides) e vitamina C, que podem ser prejudiciais para suas peles ainda em desenvolvimento.

A principal cadeia de farmácias da Suécia, Apotek Hjärtat, decidiu então estabelecer uma política de não venda desses produtos a menores de 15 anos, a menos que haja permissão dos pais ou um problema de pele que justifique o uso. Essa medida destina-se a promover uma rotina de cuidados com a pele mais consciente e baseada nas reais necessidades dessa faixa etária, em vez de seguir padrões estéticos irreais fomentados pelas redes sociais.

O debate sobre a adequação de produtos antienvelhecimento para adolescentes e pré-adolescentes não é exclusivo da Suécia. Ele reflete uma preocupação global com o impacto das redes sociais na autoimagem e na saúde dos jovens. A decisão da Apotek Hjärtat pode ser um primeiro passo importante para uma discussão mais ampla sobre como os jovens interagem com os ideais de beleza promovidos online e como proteger sua saúde física e mental nesse contexto. A medida sueca chama a atenção para a necessidade de regulamentações similares em outras partes do mundo, para assegurar que a pele dos mais jovens seja protegida contra produtos potencialmente nocivos.

A iniciativa também é um convite para que pais e responsáveis dialoguem com seus filhos sobre cuidados com a pele, beleza e autoestima de maneira saudável e informada.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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