Mono-carvoeiro, o muriqui-do-sul, em preservação no Paraná


O mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), que também é conhecido como muriqui-do-sul, é um dos maiores primatas do continente americano está criticamente ameaçado de extinção por pressão e perda de seus habitats naturais, as florestas nativas onde é um ativo dispersor de sementes. A sua proteção, agora, é objeto de um projeto da Fundação do Grupo Boticários de Proteção à Natureza com o Instituto Lactec, do Vale do Ribeira, no Paraná, que visa reduzir a vulnerabilidade da espécie.

A proposta é de criação de algumas unidades de conservação, abrangendo um total de 5 mil hectares, onde já existe uma população de 32 muriquis, informou o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Ricardo Soavinski em encontro da sexta feira 11 de março onde foram discutidas alternativas economicamente viáveis para a proteção da espécie. Segundo Soavinski, a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural e Refúgio de Vida Silvestre é uma alternativa que não onera os cofres públicos e que permite a utilização simultânea de áreas em que o primata já habita naturalmente em práticas de pesquisa, turismo e educação ambiental. “Ainda precisa de avaliação mais aprofundada, mas essas são categorias que preservam as áreas de matas nativas já usadas por esses animais sem a dependência de desapropriações de todas as áreas, evitando impactos econômicos negativos”, disse.

Já, segundo Emerson Oliveira, coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário, foi criado, neste encontro, um grupo de trabalho que tem como fim a elaboração de um plano estratégico que alie a conservação do primata à preservação da comunidade local, em uma coexistência pacífica. Acontece que o muriqui é um macaco esperto, grande e, de certa forma, agressivo quando se trata de defender suas fêmeas e filhotes da aproximação de humanos e, por outro, lado, também é ágil em ir buscar frutas nos pomares alheios, o que não é muito do gosto do agricultor.

Bom relacionamento entre os muriquis e a comunidade humana

É muito importante o papel do mono-carvoeiro na preservação e manutenção das matas nativas pois, como se alimenta de seus frutos, é um excelente dispersor de sementes, especialmente das espécies como canela, figueira, ingá e vários tipos de palmeiras. “Eles se alimentam das frutas dessas espécies e espalham as sementes, por meio de suas fezes como também através dos seus deslocamentos pelas árvores”, explica o pesquisador Robson Hack, responsável pelo estudo com a população do primata registrada em Castro (PR). Desta maneira, comentou o pesquisador, o muriqui também contribui com a preservação das qualidades ambientais da mata em que habita, pela produção de água, alimento e fertilização do solo, sendo inclusive benéfico para os proprietários rurais locais: “Os proprietários do Vale do Ribeira podem se beneficiar com o pagamento por serviços ambientais (PSA) e com iniciativas de turismo e pesquisa que beneficiem toda a comunidade”, destaca.

O que é o PSA?

O PSA é um prêmio que podem auferir os proprietários rurais que façam uma boa conservação de suas áreas naturais, protejam seus mananciais, nascentes e a biodiversidade. Um incentivo aos proprietários privados que, aparte de receberem diretamente o PSA, por sua ação, beneficiarão também a região onde estão localizadas as unidades de conservação criadas, que passará a se beneficiar do ICMS Ecológico, imposto reverso que permite um maior repasse do estado ao município preservacionista, que tem como objetivo valorizar a ação de preservação de áreas naturais. O Paraná foi o primeiro estado a instituir o ICMS Ecológico, em 1989.

Os muriquis – duas espécies no Brasil

O muriqui-do-sul é o mono-carvoeiro que se encontra comummente nas matas do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e está classificado já como espécie “‘em perigo” de extinção.

Já o muriqui-do-norte ocorre nos estados a norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia e é uma espécie classifica como “criticamente ameaçada de extinção”.

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foto: wikipedia

O limite norte-sul destas duas espécies supõe-se que sejam os contrafortes da Serra da Mantiqueira. Estas duas espécies são bastante semelhantes em seus hábitos sociais, dóceis e confiantes, não têm medo aos humanos desde que não tenham sido maltratados. O muriqui-do-sul é um pouco menor, com 12 kg o indivíduo adulto, do que o seu primo do norte, que atinge os 15 kg, e tem uma pelagem mais acinzentada, com a mesma máscara negra facial, característica das duas espécies.

As duas espécies de muriquis só habitam na Mata Atlântica brasileira e são os preservadores da mata.

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Fonte: Release Fundação O Boticário

Fonte foto capa: wikipedia




Redação greenMe

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