Exterogestação – O bebê continua se desenvolvendo fora do útero


Você já parou para pensar por que os bebês, principalmente os mais novinhos, gostam tanto de movimento, de barulhos repetitivos, de colocar coisas na boca? Por que choram tanto quando a mãe se afasta?

Esses comportamentos têm uma explicação muito simples: vir ao mundo é impactante para eles.

Os primeiros meses de vida são uma fase de transição na vida dos bebês. E esse período é chamado de exterogestação.

Quer saber mais sobre essa teoria? Confira abaixo!

O que é a teoria de exterogestação?

Um bebê humano passa 9 meses no útero e só então está pronto para nascer. Mas será que está mesmo pronto? Na verdade, o nascimento não encerra o período de “gestação”. E é isso que diz a teoria da exterogestação. Segundo essa corrente, formulada pelo antropólogo Ashley Montagu e disseminada pelo pediatra Harvey Karp, existe um quarto trimestre de gestação, que é passado fora do ambiente intrauterino; é daí que vem o nome extero (fora) gestação.

Isso acontece por que seria inviável que o cérebro dos humanos fosse plenamente desenvolvido com 9 meses de gestação. Pelo tamanho não seria possível passar pelo canal do parto. Por isso, o bebê nasce com um cérebro ainda pequeno, que vai dobrar de tamanho no primeiro ano de vida. E essa maturação neurológica demanda que o recém-nascido passe por esses meses iniciais da forma mais lenta e gradual possível.

No ambiente intrauterino o feto tem alimento em livre demanda, está sempre em movimento, ouvindo os sons diferentes que o corpo da mãe produz, além da voz, dos batimentos cardíacos dela. Nesse espaço o bebê tem pouco espaço para se locomover, suga o tempo todo e vive em um lugar que quase não tem luz.

Porém logo que nasce o recém-nascido enfrenta sensações desconhecidas, como frio, fome, dor. Ele não entende onde está e nem quem é. Passa a viver em um lugar cheio de espaço, com muitos estímulos e sem o contato em tempo integral com a mãe. Por isso, simular o ambiente intrauterino pode ser útil para que o bebê não se sinta tão desprotegido.

Como deixar o bebê mais confortável nos primeiros meses de vida?

Para tornar esses primeiros meses de vida mais agradáveis para o bebê, existem medidas que podem – e devem – ser usadas para que o pequeno passe por esse período da melhor forma possível. Conheça algumas:

Amamentação em livre demanda – No útero o bebê tinha alimento o tempo todo, não precisava contar as horas para se alimentar. E isso deve ser premissa quando ele vem ao mundo também. Amamente em livre demanda, sempre que o bebê precisar. A amamentação proporciona não somente o alimento, mas também o aconchego, o conforto, a proximidade com a mãe;

USO DE CARREGADORES, COMO OS SLINGS – Bebês precisam de contato humano o tempo todo, só assim se sentem mais seguros. Nesse sentido, os carregadores podem ser úteis, já que permitem segurá-los, e manter as mãos livres. Use-os sem moderação;

USO DE SONS REPETITIVOS – Não é à toa que os recém-nascidos gostam tanto daquele “shhh” que os adultos fazem. Esse som, assim como outros ruídos brancos (barulho de ventilador, carro, etc) lembram os sons que ele ouvia no útero da mãe;

EMBALAR – No útero, o bebê está em constante movimento, e é por isso que embalar os pequenos é tão eficaz para fazê-los dormir. Sempre que puder, embale o pequeno e o deixe participar ativamente da sua rotina, ande com ele, converse, cante;

CAMA COMPARTILHADA – Embora algumas pessoas tenham certo receio de dormir com os bebês, já é comprovado que adotar a cama compartilhada nos primeiros meses pode ser mais seguro e confortável para eles, que tendem, inclusive, a dormir melhor;

BANHO DE OFURÔ – No útero o bebê estava envolto em água, muita água. Para simular essa sensação os banhos de ofurô podem ser bem úteis;

SHANTALA – A massagem pode ser um recurso interessante também, pois fortalece o vínculo e proporciona contato físico;

POUCOS ESTÍMULOS – Os olhos e ouvidos dos recém-nascidos são sensíveis nos primeiros meses, por isso, sempre que puder, diminua a luz, vá para um lugar mais calmo, principalmente quando sentir que ele está superestimulado;

CASULO – Envolver o bebê como se fosse um “pacotinho” pode ajudá-lo a lidar melhor com o excesso de espaço, que é estranho para os recém-nascidos;

CONTATO CONSTANTE – Não economize no colo, no carinho, no afeto ao bebê. O contato físico é tão importante para ele quanto o alimento. Não abra mão de proporcionar esses momentos para o pequeno.

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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