Saudade das brincadeiras de rua? Vamos relembrá-las e ensiná-las?


Era um tempo em que se podia – brincar na calçada, atravessar a rua sem medo, ir à casa do vizinho, subir no muro e na árvore, comer fruta no pé e andar sujo, descalço. Você lembra?

Era um tempo em que a gente não tinha jogos e brinquedos eletrônicos – alguns nem sequer tinham televisão – então, era um tal de inventar brincadeiras, por a criatividade para funcionar: roda pião, passa-anel, queimada, cabo de guerra e pular corda, de 2, de 3, de montão.

Era um tempo em que a gente vivia mais ao ar livre do que dentro de casa – você se lembra? Joelhos ralados, correndo na chuvinha, escorregar na areia e rebolar no barro, rir de montão com a meninada do bairro, todos amigos, todos irmãos.

Era um tempo…

Vamos relembrar os jogos que fazíamos?

Bom, tanta “lembração” tem uma razão de ser: vamos relembrar os jogos que fazíamos? Vamos ensinar, mostrar, dar o exemplo de como é se divertir em grupo? Fazer roda, ciranda, cantar junto (a palavra é?), inventar histórias (cada um começa uma parte e daí surge o conto – e dessa brincadeira tantos escritores bons também surgiram, não é?)

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O lado bom de “não ter nada para fazer”

Quando a gente não tem o que fazer a gente inventa, certo? Criança que não tem eletrônicos para se distrair, quando fica entediada de olhar o voo da mosca, também inventa, e muito. E socializa com outras. E desse “não ter o que fazer” que surgem as melhores brincadeiras de rua:

  • pique
  • pega-pega
  • barra-manteiga
  • corre-pula
  • a roda, a corda, o pião
  • uma pelada na esquina da casa da vó
  • fazer música, construir história, desenhar no muro do vizinho
  • catar coquinho, pegar bichinho, comer goiaba com bicho, no pé

Uma rua pra gente brincar

Claro que a sociedade e, principalmente, as cidades de hoje em dia, não são “tão adequadas” para que nós, pais, mães, avós, possamos deixar os pequenos brincarem na rua como antigamente se fazia mas, sempre tem um jeito – uma rua sem saída, uma rua de vila, uma rua combinada só para brincadeiras, a pracinha do outro lado, a viela lá no canto,

Enfim, dá para procurar um jeito seguro. Só que é preciso supervisionar, não pense que não!

A supervisão da brincadeira das crianças não pode cercear as invenções, por mais malucas que pareçam ser – nós é que somos de outro tempo, claro – mas, tem que servir para manter a segurança dos brincantes. Antes sempre tinha uma tia de olho, lembra? Era chato mas servia, e cuidava.

O eco, uma brincadeira gostosa para todos

Brincando se descobre o mundo

A descoberta do mundo tem a ver com abrir os olhos e sentir – sentir a chuva no rosto, o sol nos braços, a picada dos mosquitos, até! Sentir que tudo é uma teia, que estamos interligados a todo o universo, que não somos nada sem o outro – e o outro é o amigo, o irmão, o cachorro do vizinho, o passarinho que voa no céu e aquele riachinho fazendo barulho lá detrás das matas.

Aí vai uma lista de atividades que você pode incentivar as crianças a realizarem, ao ar-livre:

1. Subir em uma árvore

2. Saltar e brincar em poças d’água

3. Fazer um passeio no campo

4. Aprender a patinar no parque

5. Correr debaixo da chuva

6. Construir uma cabana ou uma casa na árvore

7. Juntar folhas secas para brincar de comidinha

8. Faça um piquenique no parque

9. Dormir em uma barraca e fazer acampamento nas férias

10. Jogar peteca, bola ou bumerangue

11. Soltar pipa (longe dos fios de eletricidade, por favor)

12. Fingir de ser capaz de voar e correr com os braços abertos

13. Correr no gramado com os animais de estimação

14. Ir à praia e aprender a nadar

15. Construir um castelo de areia

16. Atravessar um riacho, mergulhar em uma cachoeira

17. Fazer uma travessia de canoa

18. Brincar de morto-vivo no parque – também chamam de “estátua”

19. Criar pequenas obras de arte com folhas, flores, pedras e galhos

20. Fazer uma guirlanda de flores

21. Pintar com cores naturais

22. Reunir bagas, castanhas e frutas

23. Andar descalço

24. Admirar o céu estrelado

25. Fazer um desejo quando se vê uma estrela cadente

26. Aprender a reconhecer os insetos

27. Aprender a reconhecer árvores

28. Observar uma borboleta de perto, sem perturbá-la

29. Construir uma casa para os pássaros

30. Fazer bolhas de sabão

31. Construir uma casa para insetos

32. Cuidar de plantas

33. Cultivar uma pequena horta

34. Cultivar flores para atrair abelhas e borboletas

35. Brincar de ciranda-cirandinha, pular corda

36. Construir um barco e tentar fazê-lo flutuar

37. Dançar ao ar livre

38. Fazer saltos (estrela, rolante, capoeira)

39. Fazer uma caça ao tesouro

40. Aprender a usar uma bússola para se orientar…

Na verdade, a lista das ideias é infindável – cada época e região, povos e culturas têm suas brincadeiras de rua ou jogos em grupos. O importante é que a gente não se esqueça de ensinar aos nossos pequenos que existem muito mais atrás de um arbusto do que numa tela do tablet. Ou melhor, que não há jogo em grupo que não seja mais entusiasmante do que um jogo solitário no computador.

E para terminar, fiquem o trailer do Território do Brincar. Nós falamos sobre este filme aqui: FILME BRASILEIRO MOSTRA QUE BRINCANDO SE APRENDE A VIVER

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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