Prêmio Nobel da Educação para corajosa professora em campo de refugiados na Palestina


Ela recebeu US$ 1 milhão (R$ 3,6 mi) por ter vencido o Global Teacher Prize, o “Prêmio Nobel da Educação”.

Hanan Al Hroub é responsável pela Samiha Khalil High School, uma escola de um campo de refugiados na Palestina onde ela educa seus alunos sobre a não-violência, usando um método que ela desenvolveu para dissipar a tensão na região, palco dos conflitos entre Israel e Palestina.

“Eu ganhei. A Palestina ganhou. Todos nós temos o poder, nós podemos mudar o mundo”, disse a professora ao receber o prêmio anunciado pelo Papa Francisco. O prêmio será usado para criar uma bolsa de estudos para a divulgação de seu método de ensino, ajudando outros professores na Palestina.

Hanan Al Hroub cresceu em um campo de refugiados em Belém, na Palestina. Um dia, enquanto seus filhos estavam voltando da escola para casa, eles testemunharam um tiroteio na rua, durante o qual seu pai foi ferido: a cena foi profundamente traumatizante para eles, o suficiente para influenciar tão evidentemente suas atitudes e seus desempenhos na escola.

O episódio levou Hanan Al Hroub a entender que as crianças que vivem em um ambiente permeado pela violência, que é precisamente a Palestina e também como vivem as nossas crianças nas favelas violentas do Brasil, precisam ser seguidas de um modo diferente, especial e excepcional.

Assim, ela começou a desenvolver brincadeiras para envolver seus filhos e amigos, a fim de ajudá-los a superarem o trauma; então, em face das melhorias consideráveis ​​alcançadas por seus filhos, ela decidiu converter o seu diploma em um título de estudo para ensinar na escola primária, dedicando sua energia para a escola e através da adoção, em sala de aula, dos mesmos métodos que ela tinha adotado em família.

Seu lema é a “Não à violência” e é transmitido principalmente através das brincadeiras, leituras e exemplos: Hanan Al Hroub tenta estabelecer com seus alunos uma relação de confiança, baseada no respeito, na honestidade e no carinho e os incentiva a trabalhar em equipe, para cooperarem e confiarem uns nos outros.

O prêmio que valoriza a profissão do professor e estimula a educação é dado pela Fundação Varkey, uma organização sem fins lucrativos. Márcio de Andrade Batista é um engenheiro químico brasileiro que foi um finalistas e concorreu ao prêmio com projetos inovadores como o de fazer farinha com a casca da castanha de baru.

Um pequeno paralelo com o nosso Brasil

Tem uma página no Facebook chamada Rio de Nojeira. Uma amiga minha compartilhou um vídeo desta página onde mostram crianças e adolescentes delinquindo na Avenida Presidente Vargas, perto da Praça Pio X exatamente onde ocorreu anos atrás a Chacina da Candelária. Minha amiga anunciava o vídeo compartilhado com frases de ódio tipo: vala para eles; é hora de fazer outra chacina.

Sinceramente eu quando vi o vídeo, à parte o medo que fica na verdade de passar ali, ficou em mim uma sensação de tristeza profunda afinal, são crianças. São crianças que nasceram em condições que nem Deus sabe: em meio à violência e na ausência de direitos humanos básicos, tão básicos como é o saneamento básico.

Na página mencionada pode-se ler os comentários mais absurdos aos vários vídeos publicados. Não quero defender as crianças não porque é flagrante que elas seguem na vida do crime. Mas em vez de perpetuar o ódio, não seria mais construtivo entender o contexto delas e tentar oferecer saídas?

Parabéns Hanan. Que o teu exemplo de educação nos sirva. Por um mundo onde reine a paz!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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