A Milão que não parou agora está pagando a conta do Coronavírus


A capital cool e business da Itália, localizada na Lombardia – norte do país e centro da epidemia – há exatamente um mês havia lançado uma campanha onde, orgulhosa, se dizia não parar porque todos os dias enfrentava, SEM MEDO, os desafios de sustentar boa parte da economia italiana. Deu no que no está dando…

O boletim oficial de ontem, divulgado pela Proteção Civil que todos os dias as 18:00, horário local, em rede nacional se pronuncia, revelaram dados que levantam o temor de que um novo foco da doença possa estar nascendo bem ali, no vértice econômico italiano, na cidade que não pode, ou melhor, não quis, parar.

O prefeito da cidade, Giuseppe Sala, em uma entrevista televisiva reconheceu que errou ao estimular a população milanesa a seguir movendo a máquina para que a economia não parasse.

Muitos se referem àquele vídeo que circulava nas redes com a hashtag  “Milano non si ferma”. Era  dia 27 de fevereiro, era um vídeo que enlouquecia a rede; todos o compartilhavam, eu também o compartilhei. Justo ou errado, provavelmente errado. É claro (…) ninguém tinha ainda entendido a virulência do vírus e, por outro lado, esse era o espírito da época“.

O vídeo, lançado pelo PD em Milão, partido de centro-esquerda, dizia:

“Milão, milhões de habitantes. Fazemos milagres todos os dias. Temos ritmos impensáveis todos os dias. Trazemos para casa resultados importantes todos os dias porque não temos medo todos os dias. Milão não para”

Preocupação

Os dados de ontem preocupam porque, em todo o país, depois de um crescimento desacelerado nos últimos 4 dias nos números de contágios, ontem, os dados aceleraram novamente.

Na Lombardia (região de Milão) houve 2.543 novos casos positivos e 387 mortos. Somente em Milão foram +848 casos em apenas um dia. A cidade foi a que registrou ontem o maior número de novos casos. O crescimento fez a cidade elevar o seu total de casos para 6922.

Para se ter ideia do crescimento milanês, anteontem houve 373 novos casos positivos e, no dia 24, 375.

O presidente da região lombarda, Attillio Fontana disse:

“Não sei se o pico chegou ou se algo nos escapou – essas avaliações são da responsabilidade dos técnicos, só posso dizer que estou pessoalmente preocupado”.

Vamos esperar pelo melhor, sempre, mas também vamos aprendendo com os erros, dos outros e nossos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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