Carnaval: não só HIV, herpes, sífilis, gravidez indesejada. Use camisinha!


Todos os anos, o governo federal faz uma campanha durante o carnaval alertando a população sobre a importância do uso da camisinha. Este ano, como de costume, a campanha do Ministério da Saúde, que vai até o dia 28 de fevereiro, inovou na sua divulgação, ao fazer uso de vídeos e spots de rádio incentivando o uso do preservativo.

É mais comum do que se imagina, mesmo havendo tanta informação, as pessoas não usarem camisinha nesta época do ano (e durante todo o ano!), muitas vezes motivadas pelo consumo excessivo de bebida alcoólica.

O problema é que esse esquecimento causa inúmeros riscos à saúde, como a transmissão de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e uma gravidez indesejada. Por isso, o governo federal vai distribuir, gratuitamente, 77,1 milhões de preservativos em todos os estados do país. Nos blocos de rua em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Brasília, Olinda, Ouro Preto, Diamantina e Florianópolis, a personagem o Homem Camisinha vai distribuir preservativos aos foliões.

HIV

O principal objetivo da campanha é evitar o contágio do vírus HIV entre os jovens de 15 e 24 anos, já que, segundo o Ministério da Saúde, essa faixa etária é a que menos usa o preservativo. Para piorar, a Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas indicou uma queda no uso regular da camisinha entre os jovens tanto com parceiros eventuais (de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013), quanto com parceiros fixos (queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013).

A principal hipótese para essa queda no uso da camisinha pela população jovem é que ela não vivenciou os casos de morte de Aids na década de 1980, já que o tratamento da doença começou a ser oferecido gratuitamente pelo SUS. Entretanto, embora hoje as pessoas não morram mais por causa da Aids, elas perdem em qualidade de vida em relação a uma pessoa saudável. Logo, o risco de contrair a doença, ainda, é grave – sem falar que ela é, ainda, incurável.

Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, “é preciso que a população entenda o risco que envolve a transmissão da Aids e se proteja. Queremos evitar que novos casos, todos os anos, se somem aos 800 mil brasileiros que já têm o vírus”.

Aumento de casos de HIV

O fato de os jovens não estarem fazendo uso da camisinha está causando impactos para a saúde pública, devido ao aumento do número casos de HIV entre os jovens. A faixa etária de 20 a 24 anos teve um aumento de 15,6 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 21,8 casos em 2015. Já entre os mais jovens, o fato é mais alarmante: entre os jovens de 15 a 19 anos, o índice passou de 2,8 em 2006 para 5,8 em 2015.

Outro fator preocupante é que esse grupo tende a não fazer o tratamento, segundo o SUS, pois somente 29,2% dos 44 mil jovens com Aids, identificados pelo órgão, estão em tratamento.

Ainda de acordo com o SUS, no Brasil existem 260 mil pessoas com o HIV que não estão sendo tratadas, enquanto 112 mil têm o vírus, mas não foram diagnosticados.

Sífilis

Não apenas a Aids preocupa. A sífilis é outra DST que teve um surto epidêmico, em 2016, no Brasil. A doença é causada por uma bactéria transmitida por via sexual ou da gestante infectada para o bebê.

Uma das formas de se combater a sífilis é usando camisinha durante o ato sexual. Aliás, essa é a principal forma de prevenção da doença.

A sífilis no Brasil preocupa porque a penicilina, o antibiótico usado para o tratamento, estava há cerca de dois anos esgotada no mercado, o que fez o governo federal comprar um lote emergencial do medicamento. Mas além disso, há casos de resistência ao antibiótico o que vem tornando algumas DSts intratáveis.

Leia mais: OMS ALERTA QUE A GONORREIA E OUTRAS DSTS ESTÃO SE TORNANDO INTRATÁVEIS

Herpes

Em época de Carnaval, a herpes também se propaga.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que dois terços da população mundial tem o vírus da herpes. A herpes labial, por exemplo, é altamente contagiosa, pois é passada por meio de secreção pelo compartilhamento de copos, beijos, sexo oral e objetos de uso comum.

O maior risco de transmissão é na fase inicial, isto é, no início do aparecimento das lesões, quando o infectado nem sabe que está com o vírus.

A prevenção é a melhor ferramenta para combater a doença. Algumas fatores aumentam bastante o risco de contágio, como: dormir mal, comer mal, álcool, sol e, claro, o beija-beija.

Gravidez indesejada

Um bebê é uma lindeza e traz muita alegria para a família. Mas, quando ele é planejado, essa alegria é muito maior.

Crianças dão trabalho, custam dinheiro e necessitam de cuidado e afeto. Você, neste momento da sua vida, têm condições de dar tudo isso a uma criança? Então, pense bem se daqui a nove meses você quer ser pai ou mãe.

Use camisinha. Você pode se divertir, fazer sexo, mas seja responsável com a sua vida e com a de alguém que pode surgir, caso você não tenha condições de assumir a responsabilidade da paternidade ou da maternidade.

O Carnaval é uma festa maravilhosa, cheia de alegria e diversão. Não é porque é uma festa que você precisa se descuidar. Pelo contrário, cuide-se para que você possa, todos os anos, curtir o Carnaval!

Esta é a campanha para o Carnaval 2017:

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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