Festa Junina: origem, história, tradição e brincadeiras


Estamos em Junho! E o que tem de melhor nessa época do ano? As festas juninas, é claro! Principalmente por causa dos deliciosos quitutes que são preparados para aquecer o friozinho do inverno e também por causa das tradicionais brincadeiras que há alguns anos eram muito mais valorizadas do que hoje. Prontos para conhecer tudo sobre esta festa maravilhosa? Vamos lá! Neste conteúdo você vai saber:

Origem das Festas Juninas

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De acordo com algumas pesquisas, a origem das festas juninas se deu muito antes da era cristã, com as celebrações pagãs durante o solstício de verão. Alguns povos da Antiguidade organizavam rituais para pedir fartura na colheita e para celebrar a fertilidade que se dava nessa época, os quais foram reproduzidos até meados do século 10.

A partir dessa época, a igreja passou a cristianizar esses rituais, pois não conseguia evitá-los. Por isso, instituiu a celebração em homenagem aos santos: Santo Antônio, São João e São Pedro.

No Brasil os índios também faziam rituais e celebrações ligadas à agricultura no mês de junho e, com a chegada dos jesuítas, houve uma mistura de costumes fazendo com que as festas tivessem como característica os alimentos típicos nativos.

Além dos índios e jesuítas, o povo caipira passou a ser referência desses eventos juninos, pois representava 70% da população que vivia no campo onde as comemorações era mais significativas. Por isso, essa tradição é tão mais presente no Nordeste do Brasil, especificamente em Pernambuco e Paraíba.

Tradições

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Tradicionalmente as festas juninas são compostas de comidas típicas como pipoca, quentão, pé-de-moleque, paçoca, arroz doce, canjica, quentão, vinho quente e afins. Além dos deliciosos quitutes juninos, lembramos também algumas brincadeiras clássicas… Quem nunca brincou de correio elegante, pescou peixe de plástico na barraca de pesca em troca de prêmio ou ficou ansioso com a barraca do beijo?

Atualmente muitas dessas brincadeiras foram esquecidas ou trocadas por tecnologias modernas, mas ainda existem muitas quermesses com comidas típicas, festas italianas com massas, brincadeiras, forró e quadrilha de festa junina em algumas regiões do país.

No Brasil essa época é festejada de diferentes maneiras. No Nordeste, por exemplo, essa cultura continua firme e forte, mas antes de falarmos sobre isso, vamos relembrar a origem dessa festa tão acolhedora e calorosa.

Significados

fogueira festa juninaFonte foto

Na Idade Média as festas juninas eram caracterizadas pelas celebrações que anunciavam o solstício de verão e inverno para homenagear os deuses da natureza e da fertilidade.

A Igreja Católica atribuiu esse período em comemoração aos dias de Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29). Tanto que em Portugual são chamadas de festas “joaninas” em homenagem ao Dia de São João. Dentre as tradições das festas juninas, sendo a maior parte de origem portuguesa, destacam-se:

  • Fogueiras – Presente nas celebrações juninas feita por pagãos e indígenas, ganhou um significado cristão ao dizer que Santa Izabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que quando São João nascesse, acenderia uma fogueira para avisar do nascimento. Quando Maria avistou as chamas da fogueira de longe, foi visitar o recém-nascido.
  • Balões – A soltura dos balões nas festas juninas vem de Portugal, onde soltava-se 5 balões para anunciar a abertura das festas. No Brasil essa prática é proibida devido ao risco de queimadas e desastres aéreos.
  • Fogos de artifício – Segundo a tradição popular, os fogos servem para despertar São João.
  • Mastro de São João – Mastro com três bandeirinhas na ponta superior simbolizando os três santos católicos: São João, Santo Antônio e São Pedro.
  • Quadrilha – Tem origem francesa, no século 17, onde os pares fazem uma coreografia de movimentos engraçados. Fundiu-se com a cultura popular brasileira no século 19 com a chegada dos portugueses.
  • Músicas regionais – Características de algumas regiões, no Nordeste são famosas pelo sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga; no Sudeste pelos compositores João de Barro e Adalberto Ribeiro com a famosa “Capelinha de Melão”.

Além desses fatores, outros costumes são típicos de algumas regiões do Brasil, como por exemplo a quermesse, que é muito comum no estado de São Paulo e é caracterizada por doces, bebidas típicas, barracas com jogos, quadrilha e fogueira. Tem também as tradicionais festas juninas nordestinas, que são caracterizadas pelo forró, baião e o xote como estilos musicais, bem como as comidas típicas da região.

Em São Paulo ainda, existem algumas festas tradicionais italianas que acontecem nessa época, com o intuito de arrecadar fundos para as igrejas católicas envolvidas. Por exemplo: Festa de Casaluce, São Vito, São Genaro e Achiropita. Elas acontecem entre os meses de Maio a Julho e além de ter os costumes típicos das festas juninas, são caracterizadas pelas massas (macarrão, fogazza e pizzas) preparadas pelas “mamas”, como são conhecidas as senhorinhas que produzem as comidas desses eventos.

Brincadeiras

correio eleganteFonte foto

Além das festas juninas que ocorrem em bairros, igrejas e comunidades, toda escola que se preze realiza também as festas juninas e nelas é mais marcante a prevalência das brincadeiras que antes garantiam a diversão nesses eventos. As festas juninas de rua não tem tanta brincadeira como antes, mas em locais fechados como escolas, empresas, igrejas, ou até mesmo em festas de família, ainda é possível resgatar as brincadeiras tão tradicionais desse período.

Dentre as brincadeiras juninas mais conhecidas, podemos relembrar:

  • Correio elegante
  • Cadeia
  • Pau de sebo
  • Pescaria
  • Jogo de argolas
  • Boca do palhaço
  • “Biribinhas” ou estalinhos (bombinhas);
  • E a tradicional quadrilha.

Casamento e Pão de Santo Antônio

casamento junina

A quadrilha sem dúvida é a brincadeira que mais característica a festa junina. Depois da fusão dos costumes de dança europeus com os brasileiros, especialmente caipiras, a quadrilha é representada pelo casamento. Tanto que faz parte das tradições juninas as simpatias realizadas ao Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro.

No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o famoso pão de Santo Antônio que além de ser conhecido como santo casamenteiro, também desperta a fé dos fiéis pela fartura. Por isso, os pães distribuídos em seu dia são colocados em potes de arroz, feijão ou açúcar, por exemplo, para que nunca falte o alimento às famílias.

Gastronomia

E falando em alimento, o principal assunto das tradicionais festas juninas são os deliciosos quitutes. A comida típica das festas juninas é em sua maioria composta por grãos e raízes que eram cultivados pelos índios, como por exemplo o milho, o amendoim, a batata-doce e a mandioca.

A partir desses ingredientes, o cardápio junino foi cada vez mais incrementado com gostosuras que não podem faltar em uma boa festa junina:

  • Arroz doce
  • Bolo de fubá
  • Cachorro-quente
  • Canjica
  • Curau de milho
  • Cuscuz
  • Paçoca
  • Pamonha
  • Pé-de-moleque
  • Pinhão
  • Pipoca
  • Quentão
  • Vinho quente
  • Tapioca

Arraial

caipira junina

Com toda essa comilança, brincadeiras, fogueira e dança, o “arraial” (como é chamado o ambiente da festa junina) é formado. Além de todos esses itens, a decoração das festas é feita com bandeirinhas, barracas, chapéu de palha, trajes caipiras, botas e trancinhas.

Nas escolas as crianças que vão participar da quadrilha recebem ainda uma maquiagem com bolinhas nas bochechas (representando sardas caipiras), bem como dentes pintados, para parecerem “banguelas”. Tudo isso sem preconceito ou discriminação.

O que vale mesmo é o espírito junino de diversão e alegria, algo bem característico dessas festas, especialmente pela diversidade de cores que temos por todos os lados.

Por isso, resgate o seu espírito junino e aproveite as festas de sua comunidade!

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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