Uso de bicicletas em Paris dispara na pandemia e prefeita amplia o número de ciclovias


Antes da pandemia, já era bastante comum ver as vélos (bicicletas, em francês) pelas ruas parisienses. Adultos de todas as idades usam o veículo de duas rodas, que se tornou ainda mais popular no último ano.

A demanda por bikes fez com que a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, ampliasse o número de ciclovias na capital francesa.

Apenas em 2020, foram construídos 170 km de ciclovias, o que fez o deslocamento sobre as vélos aumentar 62% em dois anos, como informa El Pais.

Até 2025, a meta da prefeitura é fazer uma revolução na Cidade Luz através da criação de uma rede de ciclovias que liga a capital às suas periferias. 

A pandemia do coronavírus impulsionou esse hábito que está transformando a cartografia de Paris com uma alternativa menos poluente. A pandemia, por mais irônico que pareça, contribuiu para o maior número de ciclistas. De acordo com o secretário dos transportes de Paris, David Belliard, “a crise foi um acelerador”.

Mais contato com a natureza

Uma das promessas de campanha de Hidalgo foi reduzir o tráfego de veículos a motor em Paris, que é bastante intenso. Embora as suas intenções sejam boas, foram alvo de muitas críticas. Entretanto, conforme defende Belliard, as pessoas estão começando a perceber que aumentar as áreas de pedestres ajuda a fomentar o comércio e permite mais contato com a natureza.

Houve aumento de delivery por bicicletas em Paris, não apenas por causa dos apps de entrega. Os supermercados também aderiram à entrega em domicílio de bicicleta. As oficinas de conserto estão cheias de serviço, um mercado em que não há crise desde o lançamento de um programa nacional no valor de 50 euros (cerca de R$ 340) que incentiva o reparo de bicicletas velhas.

Fenômeno mundial

Não apenas em Paris mais pessoas têm adotado a bicicleta como transporte público. Parece tratar-se de um fenômeno mundial. Em São Paulo também registrou-se um aumento de 66% nas vendas de bicicleta em 2020 em relação a 2019, de acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike). No país, o crescimento foi de 50%.

A necessidade de um programa específico para a promoção do uso de bicicletas deve-se a um problema contemporâneo: a mudança climática. Junto com a crise sanitária ficou mais evidente a urgência de uma ação que diversifique a mobilidade urbana ao mesmo tempo em que permita a natureza a permanecer onde está.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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