Poluição ambiental digital: apague os e-mails e salve o planeta!


Poluição ambiental digital: já ouviu falar? Apagar e-mail é uma atitude simples que ajuda a salvar o planeta!

Ao dispensar ou diminuir o uso da impressoras, cds, dvds, pendrives, HDs externos e armazenar essas informações nas nuvens, muitos usuários acreditaram contribuir para diminuir a poluição ambiental.

De fato, diminuindo o consumo de papel, preservam-se árvores e consumindo menos equipamentos eletrônicos, diminui-se o lixo produzido.

Mas será que armazenar tudo na nuvem é tão seguro para o meio ambiente como se pensa? De plano, a resposta é não. A poluição ambiental digital é uma realidade que veio para ficar.

Definitivamente, tudo é armazenado ou transita pela tal “nuvem”, ainda que não seja guardado nela.

E para muito além dos arquivos armazenados manualmente pelo usuário, grandes companhias, processadores de e-mails, conteúdos de sites, vídeos do youtube e quaisquer plataformas em geral, documentos, fotos produzidas e publicados nas redes e mídias sociais, conversas de WhatsApp, telegram e por aí vai, movimentam e congestionam essas nuvens.

Mas como elas funcionam, são sustentadas, alimentadas e qual o custo que o planeta paga por isso?

Eletricidade x queima de carvão

A nuvem consome muita energia, e a eletricidade, na maioria das vezes, é obtida com a queima de carvão em usinas termelétricas, uma forma não limpa nem renovável de uso da natureza, causando grande poluição com emissão de CO2, responsável pelo efeito estufa.

Para armazenar os dados, a nuvem precisa de enormes data centers, infraestruturas gigantescas compostas por centenas de fileiras de servidores, que por sua vez, não passam de sistemas de computação.

Toda essa rede de cabos e sistemas eletrônicos é necessária não somente para armazenar informações, mas também fazer a engrenagem rodar, engrenagem que não para nunca e a todo momento é acionada para trocar informações solicitadas pelos laptops, tablets e celulares.

Em 2010, um estudo do Greenpeace estimou que o consumo de energia mobilizado na nuvem foi de 623 bilhões de kwh por ano. Esse número mostra o tamanho do impacto para o planeta.

Apagar e-mails

Uma pesquisa britânica feita pela OVO Energy, concluiu que se cada adulto enviasse um e-mail a menos por dia, a Grã-Bretanha poderia reduzir sua emissão de carbono em 16.433 toneladas – o equivalente a mais de 81.000 voos de Londres a Madrid.

A empresa ainda concluiu que se todos os usuários de e-mail, aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas excluíssem apenas 10 e-mails, isso economizaria 39.035 toneladas métricas de CO2!

Isso equivale a mais de 19 toneladas de carvão queimado!

Mas se esses números são impressionantes, saiba que os vilões da história não são os usuários, embora sejam maiores em números, as verdadeiras responsáveis pelo alto consumo de energia são apenas poucas empresas, contadas nos dedos das mãos.

As grandes vilãs dessa história

Se o armazenamento de dados na nuvem consome muita energia a maior parte da culpa pode ser atribuída às gigantes do setor Microsoft, Apple, Amazon, Twitter, HP, entre outras empresas de tecnologia.

Um outro estudo feito pelo Greeanpeace apontou que o setor de Tecnologia de Informação é responsável pelo consumo de 7% de toda energia do mundo.

Segundo uma reportagem da revista Superinteressante, o Facebook consumiu em 2011 cerca de 509 milhões de kWh e o google 2 billhões de kW, mais que todas as 700 ilhas das Bahamas.

Depois de muita pressão das Ongs e entidades de proteção ambiental, o Greenpeace publicou um  relatório em 2015, apontando que grandes empresas de internet, incluindo as grandes operadoras Facebook e Google, firmaram compromissos de utilizar 100% de energia renovável.

O Greenpeace disse que seus apoiadores:

“lideraram uma campanha que convenceu o Facebook a se comprometer a abastecer seus data centers com energia renovável em 2011 e o Greenpeace International trabalhou com fãs da Apple para convencer a empresa a se comprometer a compor seus centros de dados com energia 100% renovável e sem carvão”.

O greenpeace diz ainda que Google e o Facebook já estão fazendo a parte deles e agora a campanha segue para convencer outros gigantes como Amazon e Microsoft.

As grandes vilãs estão se comprometendo a mudar, e você?

O que você pode fazer para reduzir a poluição ambiental digital

Saiba que com atitudes simples é possível reduzir sua contribuição para a emissão de carbono pelo uso da plataforma digital.

Quer saber como? Segue o fio.

Ainda que a imensa quantidade de dados trafegando pela nuvem seja tão inimaginavelmente grande, e o ato de apagar seu ‘lixo digital’ seja comparado a uma gota d’água no oceano, se todos cultivarem esse hábito tão simples, grandes benefícios podem ser obtidos.

Afinal, o trabalho de muitas formigas traz grandes resultados!

Sabe aquela história de não jogar lixo no chão, então, o mesmo vale para o lixo eletrônico.

Mesmo sabendo que os grandes poluidores são também grandes empresas, temos a obrigação individual de cumprir nossa parte como cidadãos. É o mínimo que se espera, ter uma atitude educada, respeitosa e consciente.

Aqui, separamos algumas dicas para limpar o seu “lixo digital”:

  • Excluir e-mails indesejados
  • Cancelar a assinatura de listas de e-mail que você não encontra valor
  • Esvazie sua pasta de spam diariamente
  • Não envie e-mails desnecessários
  • Não responda e-mails desnecessários
  • Não responda e-mail se puder falar pessoalmente
  • Limpe arquivos, fotos, documentos, vídeos duplicados de suas pastas
  • Esvazie todas as lixeiras
  • Instale aplicativos que limpem seus arquivos de computador e celular
  • Limpe coockies
  • Não deixe páginas abertas desnecessariamente
  • Desligue os computadores e aparelhos eletrônicos

O greenpeace tem guias para construir uma internet verde. Clique aqui para acessar.

Compartilhe isso se você achou interessante, para que outros saibam que reduzir a emissão de CO2 e contribuir para a preservação do meio ambiente, é tão fácil quanto excluir e-mails!

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Juliane Isler

Juliane Isler, advogada, especialista em Gestão Ambiental, palestrante e atuante na Defesa dos Direitos da Mulher.


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