Você já pensou em adotar uma praça na sua cidade?


A ideia existe e é realizada aqui no Brasil. O governo municipal da cidade de São Paulo lançou um programa de adoção de praças que funciona da seguinte maneira: a iniciativa privada se responsabiliza pela manutenção de áreas públicas.

Desde 2014, as parcerias, que envolvem empresas e pessoas físicas, aumentaram de 140 para 520. As adoções são formalizadas no máximo em 22 dias graças a um processo de desburocratização dos contratos, que, antes, eram firmados no gabinete do prefeito Fernando Haddad e, agora, para áreas menores do que cinco mil metros quadrados, são realizados diretamente na subprefeitura.

A subprefeitura de Pinheiros é a que tem mais praças adotadas, 75 no total. “Em 99,9% dos casos, é um acordo muito simples: a empresa ou a pessoa física faz um projeto de manutenção da área verde e nós aceitamos e fiscalizamos”, explica a subprefeita de Pinheiros, Harmi Takiya.

Há casos em que o próprio proponente oferece serviços de segurança e demais melhorias. Em troca, a empresa tem autorização para instalar material publicitário de 60 por 40 cm a cada 1,5 mil metros quadrados.

As áreas sob os cuidados das empresas têm recebido um tratamento diferenciado, como podo ser visto na Rua Avanhandava, na região central da capital paulista, onde a Brookfield cuida da Praça Recanto do Palhaço Sputnik. O local foi totalmente recuperado e recebeu um novo paisagismo, além de a empresa fazer a limpeza da área semanalmente.

O termo de cooperação entre a Prefeitura e a seguradora Porto Seguro, que cuida da Praça Princesa Isabel, prevê “a manutenção geral da área de jardinagem, plantio de espécies adequadas ao local e poda de espécies de pequeno e médio portes. Além disso, varremos os resíduos (lixo de pequeno porte) dos passeios e calçadas da praça todos os dias pela manhã e à tarde”, respondeu a empresa.

A Prefeitura afirma que o termo de cooperação firmado com a Porto Seguro é somente para os cuidados com o paisagismo. “Os serviços de limpeza e coleta são realizados por equipes da subprefeitura”, explicou a administração municipal. Em relação às pichações, a limpeza, que é um serviço orientado pelo Departamento de Patrimônio Histórico, entrará na programação.”

Para arquitetos e urbanistas, a iniciativa de empresas privadas gerirem o espaço público é boa. “Seria ótimo se a Prefeitura conseguisse dar conta de oferecer o serviço com qualidade, mas não é assim. Deste modo, a parceria me parece uma solução muito boa para estimular a reativação desses nossos espaços, mantendo-os limpos, seguros, equipados, iluminados e bem cuidados”, avalia o arquiteto e urbanista Henrique de Carvalho.

Não é somente em São Paulo que é possível adotar praças, em Fortaleza, e São José dos Campos também existem projetos que permitem aos moradores e às empresas cuidarem das praças das cidades.

Você já pensou em adotar uma praça na sua cidade?

Talvez te interesse ler também:

BAIRROS: QUANTO MAIS POBRES, MENOS ÁRVORES

HORTAS URBANAS EM SÃO PAULO: UMA FORMA SUSTENTÁVEL DE BEM VIVER




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...