Hortas urbanas em São Paulo: uma forma sustentável de bem viver


A vida nas cidades, especialmente naquelas que são grandes, imensas, como a cidade de São Paulo, vota seus moradores ao isolamento. Já não se conhecem os vizinhos, já não se conversa ao final das tardes, nas frentes das portas. As pessoas andam prioritariamente em seus carros, fechadas em seus mundos particulares, perdendo a capacidade de trocar informações e energias saudáveis com os que vivem no mesmo bairro.

Em muitos bairros, no entanto, já há algum tempo vê-se o surgimento de projetos comunitários de hortas. O objetivo? Cultivar alimentação orgânica, saudável, com a ajuda dos que quiserem ali trabalhar algumas horas da sua corrida semana. Assim, famílias que antes não se conheciam, não se conversavam, hoje se encontram com os pés no barro, de enxada e ancinho nas mãos, cuidando da terra, que também é comunitária, pois se trata de local público. Os resultados são múltiplos: desde os tomates, alfaces e couves, que cada morador pode levar para sua casa até o efeito terapêutico de “cuidar de um bem comum”, passando pelo aprendizado de crianças e jovens, com os mais idosos, que sabem mais e têm mais tempo. É terapêutico, para aquele que antes se debatia na solidão, é pedagógico para aqueles que hoje ainda não aprenderam o valor da solidariedade e do trabalho conjunto por um bem maior que o corriqueiro “trabalhar para comprar”. São exemplos de alegria de viver que se expandem por essa imensa cidade de 11 milhões de habitantes, em praças públicas e canteiros de avenidas.

Algumas destas hortas comunitárias já são bem conhecidas, como a “Horta Comunitária da Praça do Ciclista”, criada pelo grupo Hortelões Urbanos que, em plena Avenida Paulista onde, em todo primeiro domingo do mês, os moradores se reúnem para cuidar da terra e das plantas (cebolinha, pimenta, salsinha, couve, feijão, e muito mais) ou a “Horta das Corujas”, na Vila Beatriz, que tem como objetivo declarado o convívio social e a educação ambiental e onde alguns dos canteiros já formados são usados pelas escolas da região. Mas, pode-se ver pelo mapa que está disponível aqui: que há muito mais pela cidade, e as iniciativas continuam surgindo. Não poderíamos aqui contar o que tanta gente faz em suas hortas, ocupando as horas livres, ou direcionando seu tempo de lazer, em busca de um maior contato humano, recriando a natureza de uma cidade saturada de concreto e, fundamentalmente, buscando viver de bem com a vida.

Outro aspecto desse tipo de iniciativa é a possibilidade de geração de renda e até de empregos, o que é possível não só pelo trabalho cidadão, mas conta também com a ajuda de programa específico do governo federal. Veja a informação oficial deste programa, como acessar o apoio federal, neste link.

A criação de hortas comunitárias conta também com o apoio de ONGs que dão apoio técnico e administrativo, como é o trabalho desenvolvido pela ONG Cidades Sem Fome, trabalho interessante e bem desenvolvido que visa tanto a alimentação mais saudável como a geração de renda dos participantes, como se pode ver neste vídeo. Nesse tipo de projeto com geração de renda os produtos hortícolas cultivados são vendidos a preços muito mais baixos do que os vistos no mercado.

E até a iniciativa privada tem seu espaço nesse tipo de ação, como demonstra a horta urbana que o Shopping Eldorado fez no alto do seu edifício, como forma de resolver a grande quantidade de resíduos orgânicos gerados pela sua praça de alimentação através de sua compostagem e destinação para a horta, cujos produtos são integralmente destinados aos trabalhadores do Shopping Center. Sobre esta iniciativa pode-se ver um vídeo de sua realização disponível no Canal Youtube:

Vale a pena expandir esta idéia, que já tem seus seguidores em vários lugares do mundo. É com a mudança de cada um de nós que o mundo mudará para melhor.

Leia também: Guerrilla Gardening em Berlim: capital da horta para todos

Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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