Botânico brasileiro descobre pau-brasil gigante de 600 anos


O botânico Ricardo Cardim e o mateiro e empreendedor ambiental Alex Vicintin, em expedições que iniciaram em 2016, no município de Itamarajú, na Bahia, encontraram uma árvore de pau-brasil “de proporções inéditas” e aproximadamente 600 anos, segundo informa uma reportagem do jornal Estadão.

Essas expedições deram origem a um livro intitulado Remanescentes da Mata Atlântica e também uma mostra cultural de fotografias feitas pelo fotógrafo Cássio Vasconcelos, atualmente em cartaz no Museu Casa Brasileira em São Paulo.

Segundo Cardim, o gigante pau-brasil somente foi descoberto, porque a equipe que já atuava na região desde 2016, desenvolveu um elo de confiança com a comunidade local, e foi assim, explicando a importância do projeto que, através de um homem da comunidade que conhecia a árvore, bem como o trecho da floresta em que ela estava, indicou o local onde se encontrava essa maravilha da natureza.

divulgação WhatsApp

Cardim conta ainda que já tinha conseguido registrar mais de 150 árvores centenárias dentre os resquícios de Mata Atlântica, mas nenhuma de proporções tão grandes quanto esse pau-brasil de 7,13 metros de diâmetro, 40 metros de altura, cerca de três vezes maior do árvores da mesma espécie já dimensionadas e catalogadas.

A idade da árvore

O botânico explica que o tronco é cheio de “rugas” e são através delas que a idade da árvore foi revelada, mostrando que ela é uma sobrevivente, e por isso possui um simbolismo e uma importância enorme:

“sobreviveu a cinco séculos de ferro e fogo da Mata Atlântica”.

Para ele, se fosse um país europeu, por exemplo, esse belo exemplar de árvore já teria dado origem a um parque para preservação da espécie para lembrar a importância da educação ambiental, proteção do meio e perpetuação das espécies.

A título de comparação, Cardin explica que no Brasil os exemplares das espécies de pau-brasil datam do século 20 e com muita dificuldade e pesquisa de campo é possível encontrar remanescentes do século 18, antes disso tudo era destruído.

Por isso tanta animação com a descoberta e desespero para que as pessoas entendam a importância de preservar essa árvore, afinal, outra dessa, só daqui a pelo menos, 600 anos.

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Juliane Isler

Juliane Isler, advogada, especialista em Gestão Ambiental, palestrante e atuante na Defesa dos Direitos da Mulher.


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