Alvin, único tamanduá-bandeira albino do mundo, é avistado no Cerrado brasileiro


Alvin é o nome dele: o único tamanduá-bandeira albino do mundo está pertinho de nós, no Cerrado brasileiro.

Com apenas oito meses de vida, pelagem clara e olhos vermelhos, ele foi encontrado recentemente na região de Três Lagoas no Mato Grosso do Sul.

Tamanduá-bandeira albino

A aparição de Alvin é muito importante para refletirmos sobre a biodiversidade na vegetação do Cerrado.

O tamanduá-bandeira está em risco de extinção por causa da caça e da constante destruição da vegetação de seu habitat.

Segundo pesquisas, é estimado que nos últimos 10 anos, a espécie tenha perdido 30% de sua população (presente também em outras áreas da América do Sul).

Alvin, portanto, é uma raridade!

Ele foi visto por funcionários de uma fazenda junto com sua mãe (as fêmeas cuidam dos filhotes até 10 meses). Sua mãe tinha características comuns do mamífero (com pelagem acinzentada).

No entanto, com sua pelagem aloirada, encontrar Alvin foi sorte.

O albinismo pode atingir todas as espécies, mas é extremamente raro, ainda mais com o tamanho da fauna de um bioma extenso como o Cerrado.

Não-monogamia

Antes de Alvin ser avistado, outro tamanduá-bandeira com pelagem clara foi encontrado 1 ano antes. Porém, infelizmente, estava morto.

Os pesquisadores acreditam que esse primeiro tamanduá albino seja irmão de Alvin, que nasceu meses depois.

Como assim?! Isso pode acontecer mesmo com os tamanduás sendo não monogâmicos?

A bióloga Nina Attias explica:

“Dois tamanduás albinos aparecerem na mesma fazenda é como se dois raios caíssem no mesmo lugar.

Por isso, nós acreditamos que sejam irmãos. Para um nascer albino, é necessária uma combinação dos genes do pai e da mãe. É uma questão de acaso mesmo, muito difícil de acontecer

Então, para os dois serem irmãos e albinos, é mais provável que eles sejam filhos dos mesmos pais. Teria que ser uma coincidência muito grande nascerem dois tamanduás albinos de pais diferentes em uma mesma fazenda”.

Endogamia

Para os cientistas, outro motivo importante para o caso dos tamanduás albinos, é o desmatamento do Cerrado.

A destruição do bioma pode levar à “endogamia” da espécie.

Ou seja, com as opções de parceiros para acasalar reduzidas, os tamanduás teriam atingido um grau menor de diversidade genética, aumentando a chance de dois indivíduos albinos nascerem na mesma região em um curto período de tempo.

Atualmente, existem apenas 16% da vegetação original do Cerrado. O restante, praticamente, foi destruído pela agropecuária (45,4%).

Além do desmatamento e de fugir da caça dos humanos, Alvin terá que lutar para sobreviver em meio ao enorme bioma.

De acordo com estudos, devido a sua pelagem clara, os tamanduás albinos tem dificuldades para se adaptar com o calor do Cerrado, além de ser mais difícil de se camuflar na vegetação (ficando mais vulneráveis aos olhos de grandes predadores carnívoros, como as onças).

Pesquisadores do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) colocaram um colar de monitoramento em Alvin para acompanhar sua movimentação.

Se cuida, Alvin, você é único!

Fonte: bbc.com

Talvez te interesse ler também:

Tamanduaí, a menor e mais rara espécie de tamanduá do mundo

O fenômeno dos cupinzeiros luminosos que é um encanto do Cerrado

Frutas do cerrado: conheça e preserve!




Lara Meneguelli


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...