A onça-pintada está desaparecendo por causa do café, do chocolate e de outros produtos do agronegócio


A onça-pintada vem desaparecendo das florestas do Equador e, entre as principais causas, está a redução de seu habitat devido à produção de produtos para a exportação como o café e o chocolate

Ao longo da costa do país, restam menos de 30% da cobertura verde original: um processo de desmatamento que se acentuou ao longo dos últimos 50 anos com a expansão do agronegócio mata adentro, destacando-se a produção de café, cacau, óleo de palma e banana, voltada para a exportação, como explica um artigo publicado no The Guardian.

A International Union for Conservation of Nature (IUCN) já declarou que as onças-pintadas estão ameaçadas, o que traz consequências para o equilíbrio dos ecossistemas da floresta tropical. Sendo um dos maiores predadores da América Latina, a redução da população das onças-pintadas provoca uma reação em cadeia, como explicou ao The Guardian Galo Zapata-Ríos, diretor científico da Wildlife Conservation Society do Equador.

“Se [a onça-pintada] desaparecer, tudo abaixo dela na cadeia alimentar é afetado, com uma superpopulação de roedores – a presa da onça – que comeria mais insetos e sementes e diminuiria a regeneração de árvores e outras plantas da floresta”, disse Zapata-Ríos.

O assunto também desperta receios em outros organismos internacionais dedicados ao tema, como a World Wildlife Fund (WWF). Um estudo recente deles estima que 2.000 onças-pintadas vivem na região da fronteira amazônica do Equador, Colômbia e Peru. Existe uma preocupação de que a expansão das atividades de extração na Amazônia resultará em mais destruição da floresta, além da criação de novas estradas, o que não só reduz o habitat como aumenta o risco de caça ilegal.

“No momento em que você abre estradas, você abre uma porta para um mercado de vida selvagem”, alertou Jessica Pacheco, especialista em espécies ameaçadas de extinção da WWF Equador.

Como sempre, na raiz de ameaças à vida está uma visão de mundo que só enxerga os lucros.

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Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


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