AquaRio Porto Maravilha: por que ninguém deveria ir?


No dia 9 de novembro, foi inaugurado o AquaRio – Aquário Marinho do Rio – o maior da América do Sul. Com mais de 4,5 milhões de litros de água e oito mil animais de 350 espécies, o aquário é parte do projeto de revitalização da Zona Portuária da capital fluminense.

Todos os animais do aquário são acompanhados por biólogos e tratadores, recebendo um cuidado especial na hora da pesca, segundo defende Nuno Rodrigues, biólogo marinho que já trabalhou em aquários de todo o mundo e foi responsável por treinar a equipe do AquaRio e os pescadores sobre como retirar os animais do mar. “Nós adotamos todas as práticas possíveis ao nosso alcance para que o stress nos animais seja mínimo e o bem-estar seja o máximo possível”, explica Rodrigues.

“AquaRio Eu não vou”

Entretanto, os peixes, que saem de seus hábitat, vão parar em um grande tanque. Para contestar sobre essa realidade, foi criado um evento no Facebook com o intuito de impedir a inauguração do AquaRio, que já está com ingressos esgotados até o dia 15 de novembro. O evento “AquaRio Eu não vou” lista várias razões para boicotar qualquer aquário:

“Quando trancado num aquário o animal é condenado a dar voltas pelo resto de sua vida no mesmo recinto, sem usufruir a variedade de sensações que teria em liberdade. Os golfinhos utilizam o eco dos ultra-sons que emitem para se orientarem na água e, quando presos num aquário, sofrem pela confusão produzida pelo eco contra as paredes do aquário. Jacques Cousteau afirmou que a vida para um golfinho em cativeiro ‘o leva à confusão de todos os seus sentidos, que a longo prazo causará uma desestrutura de todo o seu comportamento e hábitos’.”.

Por que fazem aquários?

Para o G1, Rodrigues diz que a captura de peixes os inclui em pesquisas para a conservação. Algumas espécies são autorizadas para o manejo, enquanto outras voltam para o mar após serem pescadas.

O presidente do AquaRio, Marcelo Szpilman, explica que o aquário funciona como o tripé educação, pesquisa e conservação: “O aquário proporciona essa oportunidade de recriar os ambientes para que as pessoas vejam e nesse momento nesse ambiente mágico as crianças são captadas pra ciência, naquele momento a criança se transforma e ela deseja ser alguma coisa, um conservacionista, um biologo marinho, então isso é muito importante. É uma oportunidade muito interessante para o Rio e para o Brasil”.

Dinheiro jogado fora

Todo o dinheiro investido na construção de um aquário, sob o pretexto de que vai gerar emprego, diversão, desenvolvimento turístico, não convence pessoas informadas, que sabem que seria muito mais válido investir na despoluição da Baía de Guanabara, por exemplo, no saneamento básico e em tantas outras ações que realmente importam para o meio ambiente.

Observar animais pode ser um prazer. Mas existem formas de se fazer isso sem confinar os bichos, como praticando birdwacting e mergulho. Pensem nisso.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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