Blumenau também proíbe produção de foie gras


Primeiro foi a cidade de São Paulo, por meio de lei sancionada pelo prefeito Fernando Haddad, em seguida Sorocaba, SP, e agora, mais uma cidade do Brasil opta pela correta ação de proibir a produção de foie gras com patos e marrecos: Blumenau, cidade do Vale do Itajaí. A decisão validada na última sexta-feira, 4 de dezembro, agora obriga os avicultores locais a se adequarem à nova legislação municipal em relação a produção de patos e marrecos. A lei aprovada, classifica como gravíssima a utilização de métodos de alimentação forçada (tortura é o termo mais adequado) de animais para a produção de patê de fígado.

O foie gras (fígado gordo em francês) é uma iguaria típica da França e sua produção envolve o hiperdesenvolvimento do fígado de patos e marrecos a partir de alimentação em excesso, ou se preferir palavras mais diretas, enfiando comida goela abaixo dos animais com um funil e ferramentas de metal.

A Humane Society Internacional, uma das maiores organizações de proteção animal do mundo, celebrou a medida e emitiu a seguinte declaração através de sua gerente de políticas alimentares no Brasil, Dra. Sandra Lopes.

“A produção de foie gras geralmente envolve forçar um tubo de metal na garganta de patos e gansos a fim de alimentá-los com quantidades exageradas de grãos, de maneira não natural. Nós parabenizamos o prefeito e os vereadores de Blumenau por se posicionarem contra tal crueldade, e esperamos trabalhar com mais governos no Brasil para aprovar leis semelhantes.”

O projeto de lei foi elaborado pela vereadora Evelin Hussel, para quem a aprovação é simbólica, “mostra que Blumenau está transmitindo sua mensagem de intolerância ao sofrimento dos animais”, diz.

Sofrimento de todos os animais como argumento para continuidade do foie gras

Quando a proibição foi concretizada em São Paulo, maior polo gastronômico do país e um dos maiores do mundo, vários chefs dos principais restaurantes da cidade insurgiram contra a decisão e, o melhor argumento deles foi de que existem outros animais que sofrem no abate além do pato e com práticas muito mais cruéis e invasivas como nos abates de porcos de granja. Ou seja, já que os porcos sofrem mais e nada se faz para acabar, ou pelos menos diminuir, a angústia dos animais, vamos deixar o pato e todos os outros sofrerem também.

Um argumento repulsivo. Tão repulsivo quanto o de que se trata de uma “questão cultural” manter o prato à serventia de seus admiradores. Aliás, uma informação adicional sobre o período antes da proibição em São Paulo: o prefeito Fernando Haddad é um admirador confesso da iguaria, e este fato foi motivo de lobby por parte dos chefs e da indústria para que ele vetasse a lei de proibição. Felizmente, Haddad colocou o bem maior da lei acima de suas vontades e gostos pessoais.

O que sofrem os animais submetidos à alimentação forçada?

Pesquisas com os animais (e imagens bem fortes de abatedouros fáceis de encontrar na internet), mostraram que a alimentação forçada de aves para produção de foie gras provoca dor e ferimentos nos animais.

Torna-se difícil andar e se movimentar por conta do inchaço no fígado, e a alimentação forçada também pode causar dolorosas contusões, lacerações, feridas ou ruptura de órgãos. Os estresse também acaba com a vida dos animais que sofrem, e demonstram o sofrimento com tremedeira e outras reações, só de verem o funil se aproximar para mais uma refeição forçada. Isso sem contar a maneira em que as aves são submetidas no matadouro. Algumas fazendas industriais de foie gras amontoam as aves em pequenas gaiolas onde elas não podem se virar ou esticar suas asas.

Mais de uma dúzia de países proibiu a produção de foie gras, entre eles Alemanha, Israel e Polônia.

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Fonte foto: shutterstock




Redação greenMe

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