Um leão (Cecil) vale mais que um homem?


Também nós aqui do GreenMe falamos, há dias, sobre o assassinato do leão símbolo do Zimbábue. Afinal, Cecil era um símbolo e sua morte foi um desrespeito a esse símbolo, à cultura do povo zimbabuano, ao país africano. Mas, cabe sim a reflexão: porque a mídia faz tanto “auê” com a morte de Cecil e se omite quando se trata da morte de tantos seres humanos, lá, no mesmo Zimbábue?

E entendemos, perfeitamente, a perplexidade dos zimbabuanos: “Sim, é cruel. Mas… tem tantos problemas mais urgentes no Zimbábue, passamos por falta de água, não temos eletricidade, nem emprego…”. Essas foram as palavras de uma zimbabuana de Harare, a capital, reproduzidas pelo “Courrier Internacional”. E mostra o que sentem os muitos habitantes desse país africano.

Ou, como diz um outro zimbabuano, o radialista, Eric Knight, em um site local: “Desde quando os leões se tornaram mais importantes que os seres humanos?”.

Não, os leões não são mais importantes que outros animais, muito menos que os seres humanos e, nós, que escrevemos na mídia, devemos sempre ter isso presente. Que os seres humanos são parte de um todo, uma parte importante, por sua capacidade de raciocínio, de criação, de invenção e também, por sua quantidade. A espécie humana ainda não está fadada à extinção, mas poderá estar se não forem resolvidos tantos dos problemas e desequilíbrios ambientais criados por sua própria ação.

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Então, toda ação ambientalista deveria estar votada, em primeiro lugar, à preservação da vida humana de forma saudável. Sem essa premissa não adianta nada escrevermos sobre animais em extinção, crueldades com animais ou projetos que destroem a natureza.

Toda ação ambientalista só tem razão de ser quando respeita a realidade do local onde é feita, quando respeita a cultura local, os moradores, a história. Sem isso não passará de mais uma ação de colonização de uns sobre outros.

No mais, não pode passar batido um fato que se coloca muito à frente de homens e leões: o dinheiro. Segundo a fotorreportagem Hunter de David Chancellor publicada esta semana na Internazionale, o turismo da caça rende 140 milhões de euros aos 23 países africanos onde a caça é autorizada e recebe cerca de 18 mil turistas por ano.

Mesmo que o dinheiro gerado pela caça fosse revertido para amenizar a pobreza e a fome no continente africano, o que não acontece, ainda assim, não seríamos de acordo com um hobby, ou se quiser, um esporte, de tamanho mal gosto e falta de sensibilidade.

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Redação greenMe

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