O quarto maior lago do mundo desapareceu


Pela primeira vez em seis séculos, a bacia oriental do Mar de Aral secou, por completo.

Mesmo que seu nome inclua a palavra “mar”, na verdade é um tipo de “lago salgado”, situado na Ásia Central, no limite com Cazaquistão ao norte e com o Uzbequistão ao sul.

Tragédia natural anunciada

Já chegou a ser considerado o quarto maior lago do planeta, com 68 000 km² de superfície e 1100 km³ de volume de água, mas já no ano de 2007 estava reduzido a apenas 10% desse total; e em 2010, tinha se transformado em três lagos menores, já em processo de desertificação.

Essa tragédia ecológica tem consequências brutais para as comunidades vizinhas, comprovadamente pelo fato de as taxas de mortalidade infantil terem disparado – as maiores desde a extinta URSS – que se dividiu no ano de 1991.

As imagens feitas por satélite, em termos comparativos, são chocantes, com modificações profundas no aspecto do lago, de forma muito rápida, ano após ano.

Megaprojetos destroem as reservas naturais

Mas você deve estar se perguntando, como se pode chegar a tal situação, certo? A origem de tudo isso está em um projeto da ex-URSS, que foi colocado em prática entre os anos de 1954 e 1960 – no auge da Guerra Fria – que visava construir um canal de 500 km de extensão, que capturaria um terço da água do rio Amu Darya, um dos que deságuam no Mar de Aral, com a finalidade de irrigar uma enorme extensão de terras, localizadas entre os atuais Uzbequistão e Turcomenistão, para uma grande plantação de algodão.

Contudo, a má-gestão de recursos naturais, obrigou o projeto a desviar mais água de outros rios – como Syr Darya – e, assim, o Mar de Aral iniciou seu processo progressivo de dessecação. Com isso, 95% das zonas circunvizinhas, incluindo barragens, se tornaram verdadeiros desertos, e os mais de 50 lagos dos deltas, em uma área de 60 mil hectares, secaram.

Outros fatores que influenciam a seca do Mar de Aral

A falta de chuvas e de neve sobre as montanhas da Cordilheira Pamir também contribuíram para o baixo nível de águas no verão de 2014.

O Mar de Aral chegou próximo ao estado atual no ano de 2009, mas rapidamente registrou uma grande reposição de água em 2010, mesmo com níveis que oscilaram nos anos seguintes, entre secos e úmidos.

O que surpreende cientistas e observadores da NASA é que o esperado é que esse ciclo permanecesse por mais algum tempo. Contudo, a barragem construída na região norte, acabou secando em definitivo a área sul.

Danos humanos

Além da mortalidade infantil, já citada, as regiões próximas ao Mar de Aral abrigam 60 milhões de pessoas. Com a modificação da natureza a indústria pesqueira foi à ruína, com vários barcos alojados na areia do fundo do lago, agora visível. A água que resta está poluída e as temperaturas, ao longo do ano, são mais extremas – tanto a do inverno, quanto a do verão.

Para mais informações, veja o documentário MAR DE ARAL – El precio del progreso: una tragedia predecible.

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Fonte e fonte foto: unetealplaneta.org




Redação greenMe

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