Mosquitos transgênicos? A Flórida não quer


A aspersão de inseticidas para eliminar os mosquitos da dengue e da chikungunya é a forma mais comum de prevenir estas doenças – eliminando as fontes de transmissão das mesmas, que são duas espécies de mosquitos. Mas uma empresa da biotecnologia pretende aplicar na Florida, o que já vem aplicando em determinados países: liberar no ambiente os mosquitos causadores destas doenças, geneticamente modificados.

Na tentativa de impedir que a FDA (uma espécie de Anvisa dos Estados Unidos) aprove a liberação dos mosquitos geneticamente modificados, a população de Key West, cidade localizada na Flórida, fez uma petição online que conseguiu 149 mil assinaturas e enviou 1.600 mensagens para a Delegacia de Controle de Mosquitos da Florida Keys.

Os moradores de Keys West estão muito preocupados: se a FDA aprovar o pedido da Oxitec, companhia britânica de biotecnologia ligada à famosa suíça do agronegócio, Syngenta – eles poderão tornar-se verdadeiras cobaias para experimentos de multinacionais nada queridas dos ambientalistas.

Acima de tudo, conforme publicou o The New York Times, para perguntas como: “o que poderia acontecer se uma pessoa fosse picada por uma fêmea perdida?”; “o que acontecerá ao meio ambiente, quando os mosquitos forem introduzidos?”

“Nada”, respondeu a Oxitec.

“Quem poderia se responsabilizado se algo acontecesse?”

“A Oxitec, se, o problema fosse causado por esta”.

A grande preocupação na verdade é simples: uma vez que os mosquitos transgênicos forem colocados no ambiente, não tem como trazê-los de volta. Se ninguém sabe, nem a própria empresa, quais seriam as consequências ambientais de tal ação, como arriscar com algo tão serio?

No Brasil e em outros países

No Brasil o uso comercial do mosquito Aedes aegypti geneticamente modificado, denomidado OX513A, para combater a dengue, já foi liberado para a mesma Oxitec.

Além do Brasil, Panamá, Ilhas Cayman e Malásia também figuram como cobaias de um experimento sério (ou louco seria o termo mais adequado?) e muito provavelmente perigoso.

Precisa mesmo de tudo isso?

Leia também: Liberado o uso de mosquitos da dengue transgênicos no Brasil




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...