Qual é o país que mais sofrerá com a mudança climática?


A mudança climática é a ameaça número um para a Austrália até ao final deste século. É o país que mais sentirá as consequências do aumento global das temperaturas. Isto foi revelado por um novo relatório divulgado pela CSIRO – Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation – e pelo Bureau of Meteorology.

Ainda que as árvores da Califórnia estejam encolhendo e que as renas chinesas sejam uma raridade, será a Austrália o país mais sofrerá com os monstros criados pelo próprio homem. As temíveis criaturas já conhecidas e que só tendem a crescer, são as secas, o aumento do nível do mar, a acidificação dos oceanos e ciclones tropicais mais intensos.

Pesquisadores da CSIRO e do Bureau confirmaram que a maior parte das mudanças observadas nas últimas décadas, vai continuar no futuro, e piorando cada vez mais. “Acreditamos que o nível do mar vai subir novamente e os oceanos tornar-se-ão ainda mais ácidos,” queixam-se os cientistas dizendo que eventos extremos de chuva, que atingiram toda a nação, tendem a se tornar mais intensos ao longo dos anos, embora a precipitação média anual devesse diminuir.

As mudanças se fazem sentir em todo o país, de norte a sul, tendo em vista que o clima da Austrália já está profundamente alterado com um aumento de 0,9°C desde 1910. E enquanto no norte a precipitação vem aumentando exponencialmente desde 1970, no sudeste e sudoeste da Austrália, esta diminuiu.

Sobre o nível do mar, houve um aumento de cerca de 20 centímetros desde 1900, sendo esta uma tendência que deve continuar ao longo do século 21 e além deste.

As projeções para o clima futuro da Austrália variam regionalmente e dependem de qual cenário de emissão de gases de efeito estufa é considerado.

Perto do final do século, em torno de 2090, a temperatura média na Austrália poderá aumentar de 0,6-1,7°C quando se considera um cenário com baixas emissões, mas poderia subir até 2,8-5,1°C em um cenário caracterizado por altas emissões de gases de efeito estufa.

Certamente, os eventos extremos a que vamos nos acostumando ao redor do mundo, e nós incluídos com a falta de água, serão ainda mais violentos. Cientistas australianos preveem que, de fato, a temperatura média aumentará, e com ele as ondas de calor, chuvas extremas que levará a inundações mais frequentes, reduzindo o número dos ciclones tropicais, mas com aumento de sua intensidade, especialmente no sul. Além disso, se prevê o aumento do número de dias quentes e a diminuição do dias de geada.

“Esta pesquisa foi fortemente alinhada com as necessidades do setor de recursos naturais na Austrália”, disse o principal pesquisador, Kevin Hennessy.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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