USP busca manejo mais sustentável para a cana de açúcar


O Brasil é hoje o maior produtor de cana de açúcar e é responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo, gerando mais de 2 bilhões de dólares por ano. O etanol, produzido no Brasil, a partir da cana, também é responsável pela expansão do setor sucroalcooleiro. Dentre as fontes de energia usadas no Brasil, a cana de açúcar é hoje a segunda matriz energética, ficando atrás apenas do petróleo.

Apesar dos benefícios econômicos, a plantação da cana apresenta grandes impactos ambientais causados pelas queimadas (o atear fogo no canavial promove a limpeza das folhas secas e verdes que são consideradas matéria-prima descartável). Infelizmente a queima é uma das práticas mais comuns, utilizada com o propósito de facilitar as operações de colheita manual – sem a queima a colheita é considerada inviável devido aos riscos de acidente aos trabalhadores – sendo responsável por graves problemas ambientais como o aumento de problemas respiratórios na população das cidades circundadas pela monocultura; a poluição do ar atmosférico pela fumaça e fuligem; e a significativa emissão de gases do efeito estufa (CO2, N2O e CH4) para a atmosfera.

Quando o sistema adotado é a de colheita mecânica – onde não necessita de queima já que a mão-de-obra humana dá lugar às maquinas – há uma significativa redução das emissões destes gases que ficam condicionados ao processo de decomposição da palhada, permitindo uma ciclagem natural dos nutrientes.

O estudo de pós-doutorado de Fabiana Souza Cannavan, iniciado pelo do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, visa auxiliar no desenvolvimento de práticas de cultivo que permitam o manejo adequado e a conservação da fertilidade do solo na lavoura canavieira.

Serão coletados e analisados dados químicos, físicos e microbiológicos de solos cultivados com cana de açúcar sob os sistemas de manejo de colheita mecanizada e manual a fim de compreender como os diferentes tipos de manejo afetam a comunidade microbiana do solo para contribuir com a indicação de qual tipo de manejo é mais sustentável para manter a qualidade do solo.

O estudo ainda está em fase inicial mas a iniciativa já pode ser comemorada pois a cana de açúcar é realmente uma das nossas principais riquezas e deve ser cultivada com o maior respeito ao meio ambiente.

Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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