Jacutinga, ave brasileira em extinção. Nascem dois filhotes no RioZoo


A Jacutinga é uma ave endêmica da Mata Atlântica, extinta no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros mas que, graças ao trabalho de biólogos e veterinários do Zoológico do Rio de Janeiro (RioZoo), ganhou o reforço de dois filhotes que nasceram em Dezembro (2018), e já foram integrados ao viveiro do zoo,para a preservação da espécie.

A notícia vem do site O eco que conta ser esta a segunda vez que ocorre a reprodução de jacutinga (Aburria jacutinga) em cativeiro no RioZoo, porém desta vez a incubação foi feita artificialmente. Os filhotes ficaram incubados durante 28 dias em uma chocadeira artificial, pois os pais não conseguiam fazer esse processo naturalmente.

Após o nascimento, os filhotes ficaram no berçário até aprenderem a voar sozinhas e depois foram transferidas para o viveiro definitivo onde estão hoje.

Em extinção

As jacutingas são aves típicas da Mata Atlântica e foram extintas no estado do Rio de Janeiro devido à caça e às alterações em seu habitat. No entanto, é possível encontrá-las livres apenas no município de Cachoeiras de Macacu, graças a um projeto de reintrodução de espécies de uma reserva particular.

A jacutinga também está extinta nos estados do Espírito Santo e da Bahia, mas ainda é possível encontrá-la em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

De acordo com o Wikiaves, os principais fatores apontados como responsáveis pela queda populacional da espécie são a caça e a destruição do habitat. Mais a destruição que a caça. No Estado de São Paulo, por exemplo, coletores de palmito-juçara (atividade ilegal), costumam caçar essa espécie para alimentação durante as expedições para coleta de palmito em áreas de reservas ecológicas.

Por isso, as recomendações para a preservação dessa espécie são:

  • Criar mais reservas ecológicas preservando áreas extensas de mata úmida;
  • Aumentar a fiscalização contra caçadores e coletores ilegais;
  • Iniciar campanhas de educação ambiental;
  • Substituir o uso do palmito-juçara na alimentação por opções mais ecológicas, como o palmito-pupunha e a palmeira-real-australiana;
  • Repovoar as populações de palmito-juçara em áreas onde ele está em baixa densidade.

Características

A jacutinga é uma ave da família Cracidae, conhecida como Burria, Aburri ou Aburria (nome ameríndio colombiano) e no tupi jacú = Jacu e tinga = branco, devido à cabeça, nuca e asas possuírem cor branca.

Dessa família, ela é a única que tem a parte branca nas asas, o que a torna fácil de identificar. No Paraguai, existe a espécie jacutinga-de-garganta-azul, Aburria cumanensis, que também possui mancha branca na asa, mas que tem garganta e cara azuis, diferente da outra espécie cuja garganta é vermelha e a cara é branca.

É uma ave de grande porte, que mede entre 64 e 74 centímetros de comprimento e pesa cerca de 1,1 a 1,4 quilogramas. Alimenta-se não só do palmito-juçara, mas também da polpa de frutos carnosos. É uma ave dócil, talvez por isso seja presa tão fácil de caçadores.

Um fato curioso é o de que as jacutingas memorizam a época do ano em que determinadas árvores amadurecem, bem como a localização dessas árvores, fazendo com que elas voltem para as mesmas árvores frutíferas ano a ano.

As jacutingas se reproduzem de agosto a janeiro, colocando de 2 a 4 ovos brancos, os quais levam até 28 dias para nascerem. Preferem áreas montanhosas de até 900 metros, sendo raramente encontradas em baixadas litorâneas.

Normalmente são encontradas em bandos de até 15 aves, mas devido ao resultado da sobre-caça, atualmente são encontradas sozinhas ou em pares.

Gostamos da notícia do nascimento dos filhotes no RioZoo, pois isso mostra que é possível resgatar também a nossa fauna! Preserve você também!

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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