Álcool, binge drinking e morte


A morte de um estudante da Unesp de Bauru, causada pelo excesso de ingestão de bebida alcoólica, abre discussões sobre o binge drinking, o nome moderno que se dá à assunção de mais de um tipo de bebida alcoólica em um curto espaço de tempo, com a intenção de ficar bêbado rapidamente, em uma espécie de aposta.

Embora o termo binge drinking ainda não seja muito conhecido no Brasil, é moda entre os jovens do mundo inteiro. A intoxicação alcoólica, que pode levar a morte, pode se dar depois de várias horas bebendo ou depois de vários dias de bebedeira continuada. O termo também se refere ao consumo de bebida alcoólica com o estômago vazio, onde a absorção do álcool se dá de forma mais rápida, causando rápida embriaguez. Por causa dos efeitos a longo prazo, o consumo excessivo de álcool é considerado um dos maiores problemas atuais de saúde.

Quando Amy Winehouse morreu, depois de ter sido notícia em tantos episódios de uso de drogas consideradas mais pesadas que o álcool, soou como uma manipulação da mídia que sua morte tivesse sido causada pela intoxicação alcoólica. Mas não, a verdade é que o álcool mata, como depois foi confirmado no caso da famosa cantora, e como a morte do estudante nos confirma. A notícia é muito, muito, triste, pois ele estava em uma festa, no melhor da sua juventude e por um descuido, a vida nos mostra que o nosso organismo além de não ser tão forte como gostaríamos, é ao contrário, muito delicado, e não aceita brincadeiras do tipo binge drinking.

Beber cerveja faz bem e vinho também, várias pesquisas o demonstram, mas o exagero nunca é bom em nada, e muitas vezes se demonstra fatal.

O excesso de bebida alcoólica faz mal ao coração. Cardiologistas italianos reunidos no Encontro Internacional sobre Fibrilação Atrial e Insuficiência Cardíaca, deram recentemente o alarme para a questão álcool e coração: bastam apenas três copos de uísque, cinco coqueteis ou uma garrafa de vinho para colocar em perigo o coração, causar desmaios ou ter palpitações.

Binge drinking, ou o embriagar-se a todo custo e rapidamente, também está associdado a danos no nosso sistema imunológico. Pesquisadores da University of Maryland e da Loyola University, testaram os efeitos do consumo de álcool sobre o sistema iumológico em um experimento conduzido sobre 15 jovens, homens e mulheres de 27 anos idade em média. Cada um deles bebeu, quatro ou cinco doses de vodca, e o efeito após cerca de 20 minutos, de acordo com os resultados da análise, foi o aumento dos níveis das defesas imunitárias. Ao mesmo tempo, o mesmo sistema imunitário ficou gravemente comprometido após cerca de 2 horas. Um fato que também foi confirmado em testes realizados após 5 horas.

Sentimos muito pesar pelo estudante. Bauru é uma cidade alegre, a Unesp é uma ótima universidade, a interação dos alunos em festas de república fazem parte da socialização e da vida dos estudantes. Contudo devemos rever nossa ânsia pelo divertir-se, embriagar-se e aproveitar este período da vida. Beber sim, mas com moderação, principalmente comendo alguma coisa e nunca de estômago vazio.

Brincadeiras como trotes violentos e binge drinkings devem ser proibidos de entrar nas universidades e nas festas.




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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