Icterícia neonatal: o que é, quais os riscos e como tratar


A ansiedade e o medo são características inerentes aos pais, principalmente os de primeira viagem. Os primeiros dias com o bebê podem ser bem tensos, ainda mais se os pais notarem algo estranho nos seus pequenos. Uma das condições mais comuns em recém-nascidos, a icterícia neonatal, é um desses problemas que podem deixar todos de cabelo em pé. Mas não há motivo para alarde. Geralmente é simples e de fácil tratamento. Conheça abaixo tudo sobre a icterícia neonatal.

O que é

A icterícia neonatal é uma doença que atinge cerca de 50% dos recém-nascidos a termo e 70% dos prematuros, e que se manifesta no corpo deixando pele e mucosa com aparência amarelada. Ocorre logo nos primeiros dias de vida do bebê e tende a sumir em cerca de 10 dias.

A icterícia ocorre por um excesso de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é uma substância produzida naturalmente pelo organismo. Quando os glóbulos vermelhos se rompem, liberam o material na corrente sanguínea.

Em condições normais, a bilirrubina é metabolizada no fígado e excretada nas fezes. No entanto, nos bebês, o fígado ainda é imaturo e não consegue metabolizá-la corretamente.

Pode ocorrer também um excesso dessas células, as hemácias, no organismo. Prematuros, bebês do sexo masculino, aqueles que têm RH incompatível com o da mãe, entre outras condições, são fatores de risco para o aparecimento da icterícia neonatal.

A doença avança da cabeça aos pés, por isso um dos primeiros exames para identificar o problema é feito pressionando a testa, nariz e tórax do bebê para verificar se a pele fica amarelada.

Sem motivo para alarde

Por ser muito comum, a icterícia neonatal é, geralmente, de fácil tratamento. Com avaliação médica adequada e acompanhamento não há motivos para temer maiores complicações, principalmente se for a icterícia fisiológica. Nesse caso não é necessário nem mesmo intervenção médica, apenas alguns cuidados, como amamentação e banho de sol.

Quais são os riscos

Pode acontecer, no entanto, do excesso de bilirrubina ser muito grande, tornando a icterícia mais grave.

Em casos extremos, o material pode ir parar no sistema nervoso, podendo causar danos graves e irreversíveis: uma doença chamada Kernicterus, que provoca problemas motores, auditivos e visuais e pode ser fatal.

Caso não seja tratada corretamente, a icterícia neonatal pode provocar, futuramente, outras doenças, como anemia falciforme.

Como a icterícia aparece bem no começo da vida do bebê, entre o segundo e terceiro dia e dura, em média, 10 dias, é importante investigar quando ela surge bem depois desse período, pois pode indicar um problema mais grave.

Quando é necessário tratar e como é feito o tratamento

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Casos leves de icterícia neonatal podem ser tratados com exposição solar, nos períodos nos quais a radiação solar não é tão forte – antes das 10h e depois das 16h. A amamentação também pode ser uma grande aliada, tendo em vista que acelera a passagem da bilirrubina, fazendo-a ser excretada mais rapidamente.

Algumas vezes, o médico pode recomendar a fototerapia – o popular banho de luz -, que consiste em colocar o bebê só de fralda em um aparelho cheio de lâmpadas, visando diluir o excesso de bilirrubina. Se for uma icterícia mais severa pode ser necessário fazer uma fototerapia intensiva, e até mesmo transplante. Mas isso é raro.

Os tratamentos para a doença são modernos e eficazes. Por isso é essencial sempre o acompanhamento médico.




Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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