Ecologia e sustentabilidade: legado olímpico é olim-piada


Infelizmente a verdade é o que o legado olímpico que esperávamos para o Rio de Janeiro não veio e nem virá. Já sabíamos quando demos conta de que a despoluição da Baía de Guanabara e das Lagoas Rodrigo de Freitas e da Barra da Tijuca não seriam mais possíveis. Foi-se a oportunidade. Depois veio a festa da abertura com árvores, índios, materiais reciclados e aquilo bastou para que alguns se sentissem verdes. Mas, como sabíamos e havíamos dito, foi tudo apenas para gringo ver.

Leia aqui: ECOLOGIA E SUSTENTABILIDADE É OLIM-PIADA

Hoje a notícia que chega da EBC é a de que o reflorestamento previsto como legado da Rio 2016 vai ficar abaixo da meta.

Sobre o compromisso de plantar 24 milhões de mudas para compensar o impacto ambiental da Olimpíada e da Paralimpíada, contido nos documentos do COI (Comitê Olímpico Internacional), explicou Marcos Freitas, coordenador-geral do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG): “não vai ter uma coisa importante em termos de floresta, infelizmente”, ou seja, a meta prevista como legado não se cumprirá porque as mudas plantadas pela prefeitura carioca em Deodoro, zona norte da cidade, “não alteram nada em relação ao reflorestamento no Rio de Janeiro.”

Serão apenas 12 mil mudas semeadas pelos atletas que no momento estão sendo cultivadas em um horto para no ano que vem serem transplantadas em Deodoro, no Parque Radical.

Outro especialista, Felipe Paranhos, coordenador de Planejamento Ambiental do Instituto Terra de Preservação Ambiental (ITPA) que trabalhou com o governo para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa durante os eventos, concorda com Marcos ao se lamentar de que o legado infelizmente não será cumprido: “não houve neutralização. O que eles fizeram foi dar uma amenizada”.

Jeitinho brasileiro

Passada a festa fica a penas a ressaca e a conta para pagar. Ninguém mais está preocupado com legado ambiental. O reflorestamento previsto não significaria apenas plantar, como bem lembrou Felipe. “É preciso que haja uma assessoria técnica no local. Há necessidade de se preparar a área e fazer acompanhamento por, no mínimo, cinco anos, para ver se tem formiga, se vai pegar fogo. Tem toda uma cadeia produtiva por trás.” “Prometeu-se uma coisa gigante e não foi feito nada”.

É uma pena e agora, eleições vindo aí, as coisas se complicam ainda mais. Foi-se uma oportunidade.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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