Círculos misteriosos na Amazônia: a floresta não foi um lugar intocado


O Brasil não foi descoberto em 1500, a não ser pelos portugueses, pois muitos antes de as suas naus chegarem à nossa costa, já havia uma população diversificada culturalmente vivendo por estas terras. Isso não apenas no Brasil, em toda a América já existiam populações indígenas constituídas. Mais uma prova disso é uma recente descoberta de cientistas sobre 400 círculos misteriosos encontrados na Floresta Amazônia.

Na semana passada, segundo informa o UOL, os cerca de 400 círculos, que se encontram no território do Acre, foram escavados por povos indígenas. Ali, eles deixaram centenas de valetas (ou geoglifos), as quais são um mistério para os cientistas, que acreditam que os locais podem ter sido usados para a prática de algum ritual. Como os arqueólogos não encontraram muitos artefatos, eles suspeitam de que as estruturas – que ocupam 13.000 quilômetros quadrados – não foram construídas para a criação de cidades.

A floresta não foi um lugar intocado no passado

A área foi fotografada de cima por causa do desmatamento, que revelou cerca de 450 desenhos no oeste da Amazônia brasileira. Uma das autoras da pesquisa, Jennifer Watling, diz que: “O fato de esses locais terem ficado escondidos sob a floresta tropical madura realmente muda a ideia de que as florestas amazônicas são ‘ecossistemas intocados”.

A hipótese dos cientistas é que os habitantes da região criaram clareiras pequenas e temporárias, “concentrando-se em espécies de árvores economicamente valiosas, como palmeiras, criando uma espécie de ‘supermercado pré-histórico’ de úteis produtos florestais”, conforme destaca o artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Watling defende que a floresta não foi um lugar intocado no passado, como acredita a crença popular. Pelo contrário, muito antes da chegada dos europeus, os povos indígenas já manejavam as florestas, reforçando a habilidade no uso da vegetação como forma de subsistência sem degradar a floresta.

Mais uma evidência do quanto temos a aprender com os povos indígenas sobre economia de subsistência sustentável.

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Fonte foto: phys.org




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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