Acidente nuclear na Rússia: fuga radioativa da Central de Leningrado


Na sexta-feira, 18, na central nuclear de Leningrado, localizada na cidade de Sosnovy Bor, uma falha causou um vazamento de material radioativo. E mais uma vez, como tantas outras vezes, quase ninguém falou sobre isso.

Leningrado é uma das maiores produtoras de eletricidade no Noroeste da Rússia e está localizada a cerca de 70 km de São Petersburgo. A usina abriga quatro reatores nucleares RBMK com uma capacidade de 1.000 MW. O nome pode sugerir pouco, mas é da mesma tipologia usada na usina de Chernobyl, conhecida pelo grave desastre de 1986.

“O reator está desligado, em um estado subcrítico, de acordo com os regulamentos para unidades de refrigeração e para eliminar o defeito”, disse Vladimir Pereguda, diretor do Leningrad Nuclear Power Plant.

O reator 2, em funcionamento há 40 anos, foi então interrompido enquanto os outros três continuaram a trabalhar regularmente. A falha teria sido no coletor da bomba de alimentação.

Algumas testemunhas colocaram nas redes sociais fotos da nuvem de veneno que dentro de algumas horas cobriu a floresta de pinheiros. De acordo com os especialistas o vento teria empurrado a nuvem para a Estônia e Finlândia.

Na verdade a notícia alarmou os moradores e alguns deixaram a cidade, enquanto as farmácias esgotaram suas reservas de iodo.

Especialistas em meio ambiente confirmaram que os níveis de radioatividade em Sosnovy Bor são normais, mas não porque não tenha havido um vazamento de radiação no sistema, e sim porque, no momento do acidente, o vento não levou as partículas para a cidade, mas para o Golfo da Finlândia.

Oleg Bodrov, chefe do grupo Green World, disse não se surpreender pelo fato de as pessoas que vivem perto da usina, não acreditarem nos relatórios oficiais:

“Elas sabem que é importante para os burocratas informarem que tudo está em ordem para não alertar sobre os perigos, não importando se eles existem ou não.”

Por ora ainda não se sabe muito sobre o acidente. A nuvem radioativa pode já ter chegado à Finlândia mas ninguém (ou quase) fala sobre isso. O que estaria acontecendo?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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