Sobras olímpicas alimentam moradores da Lapa com menu de Superchef


O que a alta gastronomia tem a ver com os Jogos Olímpicos Rio 2016?

Tudo. Assim pensou um dos mais renomados chefs do mundo, Massimo Bottura, dono da Osteria Francescana, em Modena, na Itália. O italiano é um dos vencedores do prêmio World’s 50 Best Restaurants (Os 50 Melhores Restaurantes do Mundo).

Bottura queria fazer alguma diferença no mundo usando o que faz de melhor: a culinária. Em dezembro do ano passado, ele começou a planejar junto com David Herts, fundador da ONG Gastromotiva, um restaurante que atendesse pessoas em vulnerabilidade social durante as Olimpíadas do Rio. Após várias reuniões, nasceu o Reffetorio Gastromotiva, localizado na Lapa, Rio de Janeiro, onde são servidas cerca de 100 refeições diariamente para pessoas vulneráveis previamente cadastradas. A boa ideia não para por aí. Todos os alimentos utilizados no preparo dos pratos são insumos não manipulados que seriam desperdiçados, mas que se encontram em bom estado para o consumo humano.

O chef italiano fez a seguinte conta para abrir seu empreendimento: 250 toneladas de ingredientes crus alimentam 18 mil atletas olímpicos mais os treinadores e autoridades na Vila Olímpica. Ele multiplicou esse número por 3 (café da manhã, almoço e jantar) mais por todos os dias dos Jogos. Bottura estava interessado na quantidade de sobras que esse número iria gerar. “Eu pensei: esta é uma oportunidade de fazer alguma coisa capaz de fazer diferença”, disse o chef.

O Reffetorio Gastromotiva, que funciona em um espaço de 400m² cedido pela Prefeitura do Rio, passou por 55 dias de obras. O recurso de 200 mil euros para o projeto veio de um outro projeto de Massimo, o Food for Soul. O refeitório tem um salão onde são servidas as refeições, uma cozinha onde trabalham, além de Massimo, outros chefs renomados convidados, e uma arquibancada, onde são debatidos assuntos sobre gastronomia social.

O bonito projeto de Massimo é a realização de uma promessa que ele havia feito para a mãe. “Fiz uma promessa para minha mãe de que usaria minha visibilidade para tornar visíveis os invisíveis. É aquele momento em que você quer devolver ao mundo um pouco do que ele te deu. Temos uma oportunidade através deste projeto, que é cultural, e não de caridade, de lutarmos contra o desperdício. Se mudarmos a maneira de pensar, podemos fazer nascer uma nova tradição”.

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Fontes: uol, rio2016




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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