Orgânicos confiáveis? Depende. Feirantes são flagrados vendendo falso orgânico


O programa Fantástico do último domingo apresentou uma denúncia sobre a venda de produtos agrícolas cultivados com agrotóxicos como sendo orgânicos. Segundo a reportagem, durante meses foi acompanhada a rotina de alguns vendedores do mercado de orgânicos de Florianópolis, Santa Catarina, sob os quais já havia suspeita de serem fraudadores contumazes da confiança daqueles que, buscando frutas e verduras mais saudáveis, aceitam pagar preços bastante mais elevados do que os praticados em feiras e supermercados para os produtos não orgânicos.

Por conta de uns poucos que fazem mal, todos pagam. É o comum.

Mas, o que é mesmo um produto orgânico?

O produto agrícola só é considerado orgânico quando em sua produção não é usado nenhum tipo de agrotóxico, medicamento veterinário ou fertilizante químico e, para além disso, o produtor demonstrar responsabilidade social e ambiental. Este é o conceito de produto orgânico. E, claro, que os produtos sejam mesmo produzidos por quem diz fazê-lo.

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Monitoramento e fiscalização, ações governamentais de segurança alimentar

Paralelamente a esta notícia triste e que quebra a confiança que podemos ter nos produtos comprados em feiras orgânica, outros veículos de informação apontam as medidas de fiscalização e monitoramento que existem. Assim, vemos que o mercado de orgânicos vem crescendo até 20% ao ano e que a porcentagem de produtos seguros quanto à sua origem atinge os 95%, pelo menos no estado de Santa Catarina. Esta é a informação do Programa de Monitoramento da Produção Orgânica em Santa Catarina, único programa no gênero em nosso país.

Esse programa controla atualmente 13 culturas: batata, cenoura, maçã, cebola, alface, banana, feijão, arroz, tomate, repolho, pimentão, morango e brócolis. A triagem é feita, por coleta de amostras de produtos orgânicos, em supermercados, quitandas, feiras, pontos de venda e propriedades rurais e analisadas em laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura. É um programa bem aceito pelos agricultores pois lhes dá a garantia de que o mercado de seus produtos seguirá firme e forte, apesar de algum que outro “aproveitador”, como do denunciado pelo Fantástico.

Uma fiscalização eficiente é fundamental

Está previsto para julho de 2016 o lançamento de uma nova ferramenta de fiscalização para a produção orgânica. Trata-se de uma Plataforma de Gestão Agropecuaria – PGA que aperfeiçoará a fiscalização de produtos tanto de origem animal quanto de origem vegetal, classificando-os conforme a produção, em orgânicos ou não, por rastreamento através de satélite. Esta inovação permitirá que o mercado de orgânicos adquira maior confiabilidade do público.

E, pouco a pouco, o Brasil poderá ofertar produtos saudáveis e de origem reconhecida, certificada, a um preço competitivo com os outros produtos pois, não é verdade que a produção orgânica seja mais cara e, muitas vezes, a agricultura orgânica é bem mais rentável que a tradicional, sendo a única possibilidade real que temos de manter uma taxa de produção agrícola que alimente a toda a população de forma adequada e saudável.

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Fonte foto:shutterstock




Redação greenMe

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