Lagom: a receita sueca para viver melhor, feliz e respeitoso com todos


A perfeição, é claro, não existe, mas algo que se aproxima da “medida certa” individual para cada coisa, sim, e ela se resume em uma palavra: lagom.

Sem excessos nem exageros mas também sem que nos falte algo, resumindo, o segredo estaria dentro do conceito contido na expressão “o suficiente” – que seria a dose certa e perfeita para combinar harmoniosamente todas as questões da nossa vida.

“Troque com igualdade, responda em base à pergunta”: neste princípio sueco se resume, em parte, o conceito por trás do lagom.

Segundo Lola Akerström, autora do livro Lagom: The Swedish Secret of Living Well, fotógrafa e jornalista do site de viagens Slow Travel Stockholm – lagom é “o segredo que explica um estilo de vida baseado na consciência social, na moderação e sustentabilidade” e se tornou uma tendência um pouco por todos os lugares do mundo, no ano passado.

Há quem o compare ao hygge dinamarquês (cujo segredo da felicidade e do bem-estar estaria no relax e na boa convivência). De acordo com Elliot Stocks, co-editor e diretor criativo da revista Lagom, “o hygge capta um momento definitivo de felicidade, enquanto o lagom é um estilo de vida” e fornece uma orientação mais geral.

Equilíbrio, moderação, saber colher do momento e da situação que você está vivendo, que você está enfrentando, é o que você precisa. Lagom, em suma, encoraja você a seguir o que é realmente melhor para você. Nada a mais (o excesso não serve), e nada a menos (o que poderia criar uma falta). Isso implica em uma busca por harmonia, sabedoria. “A quantidade justa é a melhor”.

CONCRETAMENTE, O QUE SIGNIFICA VIVER LAGOM?

Na cozinha, por exemplo, implica em receitas que não sejam nem simples nem muito elaboradas. Na mesa, nos lembra de evitar o desperdício e nos convida à consciência social, lembrando que nossas ações individuais estão a serviço do bem coletivo e, portanto, sugere comer de modo sustentável, ético e valorizando a produção local (“é por isso que – explica Lola Akerström – existem campanhas na Suécia que incentivam, por exemplo, a comer menos carne e não consumir o camarão gigante do indo-pacífico, devido às práticas prejudiciais ao meio ambiente associadas a esses alimentos.)

No que diz respeito ao bem-estar e à saúde, a filosofia de lagom sugere que a mente descanse o suficiente, o corpo faça exercícios suficientes e que as almas se recarreguem passando algum tempo na solidão: sem exceder ou negligenciar graças aos hábitos que podem facilmente se tornar uma rotina pessoal.

E claro, relax.

Relaxar significa purificar a mente e o corpo: seja com um ritual na manhã de cinco minutos ou em um final de semana solitário todos os meses, mas “desconectar-se” conscientemente ajuda a diminuir a velocidade e a escutar nossas necessidades mais profundas.

E as compras? Elas são úteis e versáteis (sobre a moda o livro sugere imaginar em quantas maneiras você poderia usar as roupas que você quer comprar. Se você conseguir ver pelo menos cinco opções, pode comprar, e de qualidade, porque a roupa deve ser feita para durar e dar prazer e não para escravizar).

De acordo com Kjell A. Nordström, empresário e economista sueco, o conceito de lagom deu origem a “uma cultura de justiça e confiança” pois condena o consumo excessivo, o egoísmo e garante que todos os membros de uma sociedade (seja ela da escola, de uma empresa ou de um país inteiro) obtenham o que lhes serve”, ou seja, o que eles realmente precisam, na medida certa e de maneira justa.

E para finalizar, uma curiosidade: o lagom é muitas vezes escrito “lar-gohm” e a pronúncia correta desse termo é “laa-gam”.




Redação greenMe

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