Aprenda a fazer nada sem se sentir culpado


Você tem dificuldade para não fazer absolutamente nada? Sente-se culpado quando está de pernas para o ar? Você tem a sensação de que o celular e o computador não deixam você se desligar do “mundo lá fora”?

Os tempos modernos sobrecarregam a nossa mente e nos deixam sempre com alguma coisa urgentíssima para ser resolvida, não é mesmo? O fato, também, de podemos levar o trabalho para a casa, no nosso próprio computador, não contribui para termos um espaço e um tempo só para nós.

Mas é preciso desaprender essa ações que se tornaram mecânicas em nosso cotidiano. Quem tem mais de trinta anos talvez sinta que os tempos de ócio eram mais comuns há alguns anos, quando não estávamos hiperconectados com o mundo. Acontece que não relaxar sobrecarrega o cérebro, que não descansa suficientemente.

Não se sinta culpado se, ocasionalmente, você dormir duas ou três horas a mais ou deixar a casa bagunçada por pura preguiça. Não fazer nada, de vez em quando, faz muito bem à saúde.

A seguir, damos cinco boas razões para você deixar o ócio entrar na sua vida.

1. Preguiçosos são mais inteligentes

Segundo uma pesquisa feita por investigadores da Universidade Simon Fraser (Canadá) e publicada na revista Current Biology, os preguiçosos seriam mais inteligentes. Aqueles que têm mais dificuldade para acordar cedo ou fazerem uma atividade física matinal teriam um intelecto mais bem dotado. Segundo a pesquisa, o motivo seria explicado porque o cérebro é programado para gastar menos energia. Ou seja, de acordo com a pesquisa, a preguiça é algo natural, já que o cérebro adequa o consumo de energia e a preguiça, portanto, seria uma forma inteligente de ajudar o nosso sistema nervoso.

Mas essa opinião não é unânime. Por outro lado, há os que consideram a preguiça um tipo de desordem mental, tristeza, depressão. Enfim, claro que uma preguiça exagerada não faz bem para a cabeça, nem para o corpo. Mas curtir uma preguiça de vem em quando faz muito bem à saúde, pois é uma forma de o nosso corpo nos dizer que precisamos ter um tempo de relax para nós.

2. Bagunça pode ser um bom sinal

É difícil ter tempo para trabalhar e ainda arrumar a casa. Quem tem pets ou/e filhos também precisa se dedicar aos cuidados que eles exigem, além do prazer de estar na companhia deles. Por isso, nem sempre a nossa casa estar “um brinco” precisa ser um problema. Não temos que nos sentir culpados porque não conseguimos varrer a casa todo dia ou porque tem um pouco de louça suja na pia. Claro que deixar a casa ficar sempre uma bagunça dá até um desespero e uma vontade de fugir de casa, mas paranoia não faz bem a ninguém e, tampouco, traz felicidade.

Segundo Marcella Danon, psicóloga, jornalista e formadora em segurança do trabalho com foco em gestão do estresse e do bem-estar, a bagunça não deve ser vista como algo negativo, mas sim como uma força potente e criativa. Ela pode ser uma atitude mais aberta em relação à vida, ao não nos apegarmos a conceitos pré-estabelecidos. A desordem, em algum momento, é inevitável, pois não podemos nos exigir dar conta de tudo.

3. Afinal, até Deus descansou no 7° dia após o trabalho de ter criado o mundo

Segundo a Bíblia, no livro Gênesis, Deus, tendo acabado a obra que fizera, descansou no sétimo dia. E não apenas descansou, como Deus também santificou esse sétimo dia de descanso. Então, se até Ele descansou e tornou o dia de descanso santo, aproveita e descanse também, sem culpa.

4. Desfrute do ócio criativo

Você já ouviu falar em ócio criativo? O sociólogo Domenico de Masi criou o conceito de ócio criativo para criticar o modelo de uma sociedade fissurada em trabalho e competitividade. Em compensação, ele sugere um equilíbrio entre trabalho, estudo e lazer. O ócio criativo é uma experiência harmônica que respeita a individualidade do sujeito para proporcionar-lhe mais alegria e ousadia.

5. Entre em sintonia consigo

Fazer nada é uma forma de entrar em sintonia consigo mesmo, o que traz benefícios à saùde, sobretudo, a mental. Mary Helen Immordino-Yang, professora de educação, psicologia e neurociência na Universidade do Sul da Califórnia, diz que, quando focamos para dentro, construímos sentidos e memórias, logo o ócio é importante para a saúde mental, a memória e o aprendizado, conforme publicado pela revista Superinteressante.

Para a pesquisadora, a reflexão e o silêncio são muito importantes para o aprendizado. Por isso, é tão importante que os alunos voltem-se para si mesmos, para consolidar o conhecimento a longo prazo.

E, agora, ficou convencido a não fazer nada? Esperamos que sim 🙂

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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