Emulsificantes alimentares podem causar câncer colorretal


Uma questão que está sempre em pauta e sempre causa alerta é quanto ao que pode ou não causar câncer, uma vez que seu tratamento quase sempre gera apreensão. Agora, uma pesquisa recém publicada no periódico Cancer Research pode vir a alterar alguns hábitos alimentares: emulsificantes presentes em alimentos podem causar câncer colorretal.

Emulsificantes nada mais são que ingredientes utilizados pela indústria alimentícia nos alimentos para que durem mais ou tenham determinados aspectos desejados pelo consumidor.

Em termos práticos, são adições químicas que controlam a consistência, estabilizam água em emulsão oleosa, a cristalização em gordura e óleo em emulsão aquosa.

O estudo, coordenado por pesquisadores da Georgia State University’s Institute for Biomedical Sciences, mostrou que o consumo de emulsificantes pode alterar as bactérias intestinais do nosso organismo de uma forma que causam inflamações intestinais, e, consequentemente, câncer colorretal.

Somente em 2012 o câncer colorretal foi responsável por 700.000 mortes em todo o mundo, causando então uma preocupação expressiva a respeito do que pode estar originando tantos quadros clínicos desse problema. “A incidência de câncer colorretal tem aumentado acentuadamente desde meados do século 20”, relata a dra. Emilie Viennois, uma das pesquisadoras. E complementa “uma característica fundamental desta doença é a presença de uma microbiota intestinal alterada que cria um nicho favorável para a tumorigênese“.

câncer colorretal 2

No estudo, os pesquisadores administraram em camundongos dois emulsificantes amplamente utilizados pela indústria: carboximetilcelulose e polissorbato 80. Foi então observado que os emulsificantes alteraram drasticamente a composição da microbiota intestinal dos camundongos, tornando-os mais suscetíveis a um cenário inflamatório e criando um ambiente propício para a indução e também desenvolvimento de câncer colorretal. Em termos gerais, a microbiota é o conjunto de micro-organismos que habitam o intestino (neste caso), regulando o seu pleno funcionamento.

Segundo a pesquisa, o desenvolvimento de câncer nos camundongos só existiu devido à alteração de microbiota de seus intestinos. Assim, os emulsificantes agem de forma similar a um sabão (ou mesmo detergente) no intestino ao eliminar e alterar a microbiota, deixando o ambiente livre até mesmo dos micro-organismos necessários para suas funções básicas.

Os emulsificantes carboximetilcelulose e polissorbato 80 são comumente utilizados em produtos dietéticos e também pela indústria de cosmético, em especial nos produtos que prometem os mais variados resultados relacionados à estética.

Vale lembrar que o estudo foi realizado em camundongos, portanto não é possível afirmar que os mesmos resultados acontecem quando os emulsificantes interagem com o organismo humano. Além disso, a pesquisa associou o consumo regular e frequente dessas substâncias como desencadeadoras de câncer colorretal, não sendo possível confirmar seus efeitos em usos esporádicos.

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O alerta, porém, é importante a cada momento. Não é de hoje que sabemos que a indústria, seja qual for, é um jogo de “vale-tudo” em nome do lucro. Nos mercados encontramos os mais variados produtos para todos os gostos, pois tudo vende, e, consequentemente gera lucro. Assim, de forma totalmente arbitrária (muitas vezes respaldadas por pesquisas particulares) a indústria de alimentos, cosméticos e etc afirmam que não há nenhum risco no consumo de seus produtos, sem ter nenhuma noção dos efeitos a longo prazo.

A regra de ouro é e sempre será a de evitar os produtos industrializados e preferir sempre uma alimentação natural feita com ingredientes frescos. Outra coisa importante é se atentar aos rótulos. Devemos sempre ler quais são os ingredientes de cada produto que estamos adquirindo para nosso consumo. Mas mais importante que simplesmente ler o rótulo é mesmo optar pelos produtos naturais e de preferência preparados por nós mesmos. O valor que gastamos em nossos alimentos é praticamente o valor que estamos atribuindo às nossas vidas. Uma lasanha congelada, por exemplo, pode ser mais prática (e mais barata) do que preparar um delicioso prato de arroz e feijão, mas a que custo?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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