Caçadores de nevoeiro – captação de água da névoa


Muitos povos vivem em clima desértico – peruanos, chilenos, egípcios, israelitas, dentre tantos. Há água, só que é preciso captá-la, das nuvens.

A técnica é antiga e universal – um pedaço de tecido, ou tela, ou rede, ou trançado, estendido no caminho das nuvens. As gotículas de água que formam a neblina ficam grudadas nos fios, se juntam, ganham peso e escorrem. Através de tubos, canaletas, vão se juntando nos depósitos.

Esta é uma água que serve para plantar, para lavar mas, não é para beber pois carrega contaminantes que estão no particulado da atmosfera. Mas, filtrada e fervida, poderá ser bebida.

cacadores noveiros1

Algumas histórias, em fotos, de povos latino-americanos que caçam nevoeiros, os “atrapadores de nieblas“:

A história dos Atrapanieblas de Abel Cruz, da ONG Peruanos Sin Agua, está relacionada com o deserto de Lima. Lima, capital do Peru, é uma cidade construída no meio de uma região desértica. Muitas capitais no mundo têm essa característica – Cairo, por exemplo, no Egito, é outra.

Portanto, em Lima e arredores falta água e, para os mais pobres, sempre falta. O jeito é caçar as águas espalhadas pela atmosfera. E assim, nos povoados, foram montados “atrapanieblas” – estruturas de tela que capturam as gotículas de água e a canalizam para os depósitos das comunidades.

Abel Cruz, engenheiro ambiental, fundador da ONG Peruanos Sin Agua, foi o idealizador e designer dos sistema de captação de água de neblina, que ele chamou de “Atrapaniebla” e que pode extrair até 400 litros de água, ao dia, das neblinas das serras peruanas.

atrapaniebras peru

Atrapaniebras Peru no distrito de Huachupampa de Huarochiri Lima – Fonte foto

asociación asall

Asociación de Chatdugal de Tacna frontera con Chile – Fonte foto

Veja o vídeo abaixo:

No Chile, Atacama, o deserto mais seco do mundo, também há caçadores de neblinas, dando continuidade ao exemplo peruano. Afinal, são essas regiões contíguas em clima e secura.

Nas encostas litorâneas de Atacama a neblina se forma pelas mudanças de maré. Sobe as encostas e é nessas, nas encostas há 600 metros de altura, que estão os atrapanieblas. Os campos de cultivo estão lá embaixo, perto do mar, há 100 metros de altitude. E a vida retorna às encostas secas e rochosas, a água volta a correr, gota a gota, para as plantas sedentas.

Clique aqui para ver um vídeo que mosta todo o processo de instalação de um atrapaniebla.

Com esses projetos, as terras secas recomeçam a produzir e a vida volta aos locais.

cacador nevoeiros2Fonte foto

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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