Vitória contra o machismo: 23 anos de prisão para Harvey Weinstein


O produtor de cinema Harvey Weinstein foi condenado pela justiça americana a 23 anos de prisão por estupro e ato sexual criminoso.

Harvey Weinstein, 67 anos, foi considerado uma das figuras mais poderosas da indústria cinematográfica durante décadas. Ele é cofundador da empresa de entretenimento Miramax, que ganhou espaço em Hollywood por vários filmes, dentre eles o “Shakespeare Apaixonado”, que recebeu o Oscar em 1999.

Apesar do sucesso na vida cinematográfica, Harvey Weinstein recebeu várias acusações de mulheres (atrizes e funcionárias) por má conduta sexual, mas apenas cinco foram parar na justiça americana. Apesar da defesa alegar que não havia provas contra as acusações, Weinstein acabou sendo condenado a 23 anos de prisão por duas das cinco acusações.

De acordo com informações da BBC News, Weinstein poderia pegar de 5 a 29 anos de prisão. No entanto, ele foi inocentado das acusações mais graves: estupro em primeiro grau e o que eles chamam de predatory sexual assault (crime causado com algum tipo de arma ou instrumento perigoso).

O julgamento que levou à detenção imediata do produtor de cinema, mesmo antes da condenação, ocorreu em Nova York. As acusações mais graves foram feitas pela assistente de produção Mimi Haleyi, em 2006 e por Jessica Mann em 2013, que na época era aspirante a atriz.

#MeToo

Além delas, outras 80 mulheres fizeram acusações públicas contra ele, incluindo celebridades importantes de Hollywood. Tanto que o caso gerou um movimento chamado #MeToo, o qual repudia qualquer tipo de assédio contra as mulheres. Esse movimento tornou-se viral em 2017, justamente por causa das acusações feitas contra Weinstein.

Dezenas de mulheres, entre elas as atrizes Rose McGowan, Ashley Judd, Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, acusaram Weinstein por ter cometido crimes sexuais. Funcionárias como a ex-assistente de escritório dele, Lisa Rose, também estavam envolvidas nas acusações.

O principal argumento da promotoria de defesa de Weinstein, foi o fato de não existirem provas concretas para as acusações feitas a ele. A defesa alegou que apenas os depoimentos das mulheres não poderia provar nada, pois elas mantiveram amizade com ele após os supostos assédios.

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Sabemos que ainda é muito comum que mulheres sejam assediadas em seus postos de trabalho, por homens que acreditam serem eles os únicos capazes de dar uma guinada na carreira e na vida delas. Principalmente atrizes e mulheres que trabalham no mundo do espetáculo, são mais sujeitas a situações constrangedoras como essas. Quem está de fora, por machismo e preconceito contra as mulheres, acredita que mulher bonita só sobe na vida através do famoso teste do sofá. Mas o assédio, infelizmente, não se restringe aos casos famosos.

E foi esse um dos motivos pelo qual a ativista norte-americana Tarana Burke criou o movimento #MeToo, pois o intuito não é olhar apenas para os casos das celebridades.

Segundo a ativista, o intuito do movimento é ver como a justiça age diante de falta de evidências concretas, levando-se em conta apenas o depoimento de mulheres que passaram por tais situações constrangedoras, e que não têm como provar.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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