Mortes de operários no Catar para a próxima Copa do Mundo


As construções dos estádios em Catar para a Copa de 2022, por mais impressionante que isso possa parecer, começaram a custar algo muito mais caro do que os bilhões investidos na infraestrutura dos estádios: estão custando vidas humanas.

Os operários que trabalham na construção das obras colossais são, em sua maioria, imigrantes vindos do Nepal e da Índia em busca de melhor qualidade de vida e condições de trabalho, mas são enganados. Oferecem-lhes oportunidades de emprego fictícias com boas condições, mas ao chegarem ao Catar, seus passaportes são confiscados e eles são impedidos de retornarem à sua terra natal.

A partir daí, são obrigados a cumprir jornadas de trabalho em um regime de semiescravidão, quase sempre debaixo de um sol escaldante e em ambientes insalubres – os trabalhadores não têm acesso aos hospitais, e nem as suas necessidades básicas, como água e comida limpas, são cumpridas.

Por conta do ambiente, a maioria adoece e acaba não tenho forças para realizar o trabalho ao qual é impelido. Isto gera um número de acidentes gigantesco durante o “expediente”: segundo o artigo de Jamie Doward para a Carta Capital, mais de 400 imigrantes vindos do Nepal já morreram na realização das obras, desde que o país recebeu a proposta de sediar o evento.

Já em artigo da revista Exame, de Guilherme Dearo, é revelado que as mortes já ultrapassaram a barreira do milhar, totalizando 1.200 vítimas.

A Avaaz, conhecida plataforma de petições online, já se mobilizou perante a situação. Eles esperam recolher um milhão de assinaturas para direcionar a petição à presidente da empresa que é responsável pelas obras em Catar, Jacqueline Hinman, para que medidas sejam tomadas de modo a acabar com a exploração destas pessoas. Você pode assinar a petição aqui.

Este tipo de situação leva a questionamentos. O quanto realmente vale um evento deste porte? Será que todas essas vidas precisam realmente ser perdidas para que as obras se concretizem? Ou manter trabalhadores em regime semiescravo é só uma maneira de baratear os custos já exorbitantes das obras?

A Copa do Mundo sempre procura sediar suas edições em locais diferentes, de modo a incluir todos os países – tanto desenvolvidos como em desenvolvimento. Mas, se incluir um país como Catar, no qual a cidade-sede dos jogos sequer existia na hora da escolha, custa vidas de operários, que inclusão realmente é essa, que despreza a morte de imigrantes pobres, mas valoriza a vida e o desempenho dos jogadores que representam os países nos dias de jogo? Que evento unificador é esse, que ignora as condições precárias nas quais as obras são feitas, mas que prega o fair play dentro de campo?

Leia também: Conheça Children WIN, um projeto que olha pelas crianças dos países-sede de Mega Eventos Esportivos

Fonte foto: wikipedia.org




Redação greenMe

Um mundo melhor é possível com pequenas grandes ações no dia a dia 🐝 greenMe.com.br é um site de informação sobre meio ambiente e saúde, criado para levar ao grande público, a consciência de que um mundo melhor é possível, através de um comportamento respeitoso com todas as formas de vida.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...