Projeto usa cartela Pantone para mostrar a diversidade de cores de pele


Todo ano, a Pantone escolhe uma cor de uma enorme cartela colorida. A cor Pantone do ano acaba sendo referência para o mundo da moda, do design e da arquitetura. Mas para que escolher uma cor apenas se há tantas outras representativas da diversidade da beleza?

Com isso em mente, a fotógrafa brasileira Angélica Dass criou o projeto Humanæ para mostrar a arbitrariedade da classificação das pessoas pela cor da pele.

A obra de Dass usa o catálogo de cores da Pantone para ampliá-lo com um espectro de cores o mais variado possível com o objetivo de mostrar o quão limitado é dividir o mundo em categorias raciais.

O projeto, que teve início em 2012, está mais atual do que nunca, após os protestos antirracistas no mundo todo motivados pelo assassinato de George Floyd por um policial, nos Estados Unidos.

Em 2016, quando a fotógrafa fez uma conferência TED, o projeto contava com 3 mil fotografias de pessoas de 13 países. No final de 2019, já eram 4 mil registros, como informa o El Pais.

Família multicolorida

Dass conta que o projeto nasceu de sua própria experiência pessoal, já que vem de uma família multicolorida. Em casa, as diferenças dos tons de pele nunca foram um problema, entretanto, da porta para fora, as indagações começaram.

Com o projeto Humanæ, a artista busca colocar em discussão o preconceito e o estereótipo.

“É um intento de ressaltar nossas verdadeiras cores de pele, no lugar das falsas branca, negra, amarela associadas à raça”, conta.

O projeto se define como um “work in progress” por estar sempre em construção, visto que seria necessário fotografar a população mundial inteira para contemplar todo os matizes de cores de pele existentes.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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