Na Espanha, mulheres e homens passam a ter equidade salarial


Quando escutamos o jogador de futebol Robinho dizer que “infelizmente, tem esse movimento feminista”, fica mais clara a necessidade das vozes feministas na luta por igualdade de direitos.

Por isso, a ONU Mulheres organizou o Movimento HeForShe (ElesPorElas) para que os homens se unam a um esforço global na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial, e fazer com que homens e mulheres, juntos, modelem uma nova sociedade.

Violências simbólicas e físicas são imputadas às mulheres diariamente. O jogador brasileiro praticou ambas, seja por seu ato, seja por suas declarações acerca do estupro coletivo de que participou na Itália, país onde foi condenado em primeira instância.

Não muito longe, a Espanha acaba de tomar uma decisão para fazer justiça a mais uma forma de violência contra a mulher: a diferença salarial em relação aos homens.

De acordo com o G1, dois decretos que visam a garantir a igualdade de gênero em empresas de todo o país foram aprovados – um proíbe legalmente a diferença salarial e o outro estimula a auditoria de projetos de diversidade desde a contratação até a demissão dos funcionários.

Para Yolanda Díaz, ministra do Trabalho da Espanha, a desigualdade salarial de gênero, além de ser uma “aberração judicial”, é também antidemocrática. Já a ministra da Igualdade, Irene Montero, esclareceu que os decretos não se limitam apenas à remuneração, mas incluem a precariedade do emprego e as dificuldades para conciliar trabalho e vida pessoal.

As empresas espanholas terão um prazo de seis meses para se adaptarem às novas regras, entre elas manter o registro atualizado de salários e funções dos funcionários.

Em caso de descumprimento, será aplicada multa de até 187 mil euros (cerca de R$ 1,2 milhão).

A ação do poder público é fundamental para estimular o setor privado a tomar medidas mais igualitárias e inclusivas. Por isso, é essencial que os governos interfiram nas regras dos jogo quando elas são declaradamente desvantajosas para uns, estabelecendo privilégios para outros.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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