Na Suíça, o trajeto de casa até o escritório se contabiliza como tempo de serviço, se feito em transporte público


Na Suíça, tempo é verdadeiramente dinheiro. A partir de janeiro de 2020, o tempo gasto na locomoção casa-escritório será contabilizado dentro da jornada de trabalho.

Quantas horas por semana os funcionários passam dentro dos meios de transporte para chegarem aos seus trabalhos? E se eles pudessem contabilizar esse tempo como sendo tempo de serviço, mesmo estando longe de suas escrivaninhas?

Atualmente, a legislação é dirigida exclusivamente aos funcionários públicos que viajam de trem ou em qualquer transporte público, como metrô, ônibus, etc.

Autorização caso a caso

Com essa medida, o governo suíço mostra grande confiança em seus trabalhadores, com o duplo efeito de: torná-los mais responsáveis quando estão fora do escritório e, ao mesmo tempo, garantir maior flexibilidade na vida profissional.

No entanto, existe um porém: esse benefício deve ser previamente autorizado pelos chefes de gabinete, que examinarão as solicitações caso a caso. De acordo com uma estimativa aproximada, cerca de 38.000 funcionários poderão contabilizar o tempo deles de viagem de trem na Suíça no trabalho.

Anand Jagtap, chefe de recursos humanos dos escritórios públicos suíços, explica que:

“Atualmente, formas flexíveis de trabalho se tornaram uma necessidade!”

A autorização para trabalhar antes de marcar o ponto é um grande passo à frente, portanto, na direção de uma maior flexibilidade de trabalho. E é improvável que os gerentes desencorajem essa possibilidade de horário de trabalho flexível.

Em média, os passageiros suíços levam cerca de 62 minutos por dia na jornada para o escritório em casa e de volta: ocupar esse tempo nas práticas de trabalho é uma boa solução para otimizar as tarefas da agenda.

Será que isso será possível no Brasil?

O que já funciona no Brasil são os trabalhadores remotos, que conseguem exercer as mesmas funções que fariam estando fisicamente na empresa, porém em home office ou de qualquer lugar que tenha uma boa internet. Com isso, ganha-se muito em qualidade de vida e tempo, recurso escasso em nossas vidas.

Apesar de ser uma boa alternativa para não enfrentar o trânsito das grandes cidades, ainda há muito o que ser aprimorado nessa modalidade, pois algumas empresas diminuem os honorários justamente pela flexibilidade, inclusive de horários.

Isso não se compara ao caso da Suíça, pois pelo que pudemos perceber, eles querem tornar produtivo o tempo que o funcionário passa no trânsito. Ou seja, o funcionário receberá pelo tempo que estiver em um transporte público, se deslocando para o trabalho ou para casa, desde que esteja exercendo funções de trabalho.

Muita gente já consegue essa proeza no Brasil, independente de estarem vinculadas a uma empresa ou não. Vemos muitas pessoas com seus laptops e smartphones resolvendo assuntos de trabalho enquanto estão no ônibus, trem ou metrô.

Portanto, essa modalidade também seria possível no Brasil, se assim quisesse o legislador, mas com algumas exceções: funcionários que não realizam atividades que dependam de telefone e internet, não poderiam utilizar o tempo gasto no trajeto para realizar atividades da empresa. Um operador de máquinas, por exemplo, não poderia se beneficiar de uma regra desse tipo.

Além disso, a regra na Suíça é válida apenas para servidores públicos (inicialmente). No Brasil, esse fator pode gerar grande discussão, uma vez que os servidores daqui possuem regalias um tanto quanto suspeitas na visão de muita gente.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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