Os alimentos que contêm mais e menos agrotóxicos, segundo a EWG


EWG – Environmental Working Group é uma organização sem fins lucrativos especializada em pesquisa e defesa nas áreas de subsídios agrícolas, produtos químicos tóxicos, poluentes da água potável e responsabilidade corporativa. Todos os anos desde 2004, essa ONG produz um Guia do Comprador no qual revela dados sobre Pesticidas em Produtos Frescos nos Estados Unidos.

Em 2023, o guia revelou que quase 75% das frutas e vegetais não orgânicos contêm resíduos de agrotóxicos potencialmente prejudiciais. Neste ano, mirtilos e feijões-verdes foram adicionados à lista dos Doze Mais Sujos, que inclui os 12 alimentos com os maiores traços de pesticidas.

O Guia do Comprador da EWG é baseado em dados de testes de frutas e vegetais coletados pelo Departamento de Agricultura e pela Administração de Alimentos e Medicamentos. Foram analisadas 46.569 amostras de 46 frutas e vegetais diferentes, revelando a presença de 251 pesticidas diferentes.

O guia inclui os Doze Mais Sujos e os Quinze Mais Limpos, que são os alimentos com menor ou nenhuma quantidade de resíduos de agrotóxicos. Conheça quais alimentos compõem essas listas:

Os “Doze Mais Sujos” de 2023:

  1. Morangos
  2. Espinafre
  3. Couve, acelga e mostarda
  4. Pêssegos
  5. Peras
  6. Nectarinas
  7. Maçãs
  8. Uvas
  9. Pimentões doces e picantes
  10. Cerejas
  11. Mirtilos
  12. Feijões-verdes

Os “Quinze Mais Limpos” de 2023:

  1. Abacates
  2. Milho
  3. Abacaxi
  4. Cebolas
  5. Mamão
  6. Ervilhas doces (congeladas)
  7. Aspargos
  8. Melão-cantalupo
  9. Kiwi
  10. Repolho
  11. Cogumelos
  12. Mangas
  13. Batatas-doces
  14. Melancia
  15. Cenouras

E no Brasil?

Embora os dados do Guia do Comprador de 2023 da EWG sobre Pesticidas em Produtos Frescos sejam específicos para o mercado dos Estados Unidos, eles também podem ter importância para o mercado brasileiro e outros mercados ao redor do mundo. Existem algumas considerações relevantes sobre isso:

  1. Consciência do consumidor: Os dados do guia ressaltam a presença de pesticidas em frutas e vegetais não orgânicos. Isso pode aumentar a consciência dos consumidores sobre a importância de escolher produtos com menor exposição a pesticidas, incentivando a busca por opções orgânicas ou com menor contaminação.
  2. Influência nas práticas agrícolas: O conhecimento sobre os níveis de pesticidas em alimentos pode influenciar as práticas agrícolas. Produtores e agricultores podem considerar esses dados como um incentivo para adotar técnicas de cultivo mais sustentáveis e menos dependentes de pesticidas, buscando atender à demanda de consumidores preocupados com a segurança alimentar.
  3. Políticas de regulação: A divulgação dos dados pode chamar a atenção das autoridades reguladoras e do governo para a necessidade de implementar medidas mais rigorosas de controle e monitoramento de resíduos de pesticidas em produtos agrícolas. Isso pode levar a uma revisão das políticas existentes e à criação de regulamentos mais abrangentes para garantir a segurança dos alimentos no mercado brasileiro.
  4. Saúde pública: Embora os dados se refiram ao mercado dos EUA, eles também podem servir como alerta para a saúde pública em outros países, incluindo o Brasil. A exposição a altos níveis de pesticidas pode representar riscos à saúde humana, e a divulgação desses dados pode encorajar as autoridades de saúde a promoverem a conscientização sobre o tema e a implementarem medidas preventivas.

Cada país tem suas próprias regulamentações e sistemas de monitoramento de resíduos de pesticidas em alimentos. Portanto, embora os dados do guia sejam úteis para informar o público e incentivar mudanças positivas, é essencial que o Brasil mantenha sua própria vigilância e avaliação dos níveis de pesticidas nos alimentos produzidos e comercializados no país.

O guia serve como um recurso para ajudar os consumidores a fazerem escolhas informadas e reduzirem a exposição a pesticidas na dieta, preferindo alimentos orgânicos sempre que possível.

Agrotóxicos não!

A exposição a pesticidas e herbicidas é um problema, especialmente para crianças, que são mais vulneráveis aos danos à saúde associados à exposição a essas substâncias.

Pesquisas científicas têm mostrado associações preocupantes entre agrotóxicos e problemas de saúde humana, o que levanta questões sobre a segurança das misturas de agrotóxicos encontradas nos alimentos.

Optar por frutas e vegetais orgânicos, ou cultivados em pequenas produções (agricultura familiar) pode reduzir significativamente a quantidade de resíduos de agrotóxicos no organismo, já que os alimentos convencionais tratados com produtos químicos seriam uma preocupação a menos.

Leia aqui o EWG’s 2023 Shopper’s Guide to Pesticides in Produce completo

Talvez te interesse ler também:

Tragédia Ambiental: Mais de 100 Milhões de Abelhas Mortas por Uso Indevido de Agrotóxico

Pesquisa identifica presença de agrotóxicos em papinhas para bebês

Um brasileiro a cada 2 dias morre por intoxicação por agrotóxico




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...