Os românticos que desculpem, mas estudo revela que amor à 1ª vista não existe


Eles bateram os olhos um no outro e pronto, o cupido flechou o coração de ambos em um clássico caso de amor à primeira vista, certo? Só se for no cinema porque na vida real, para se apaixonar de verdade, é preciso tempo.

É o que revela um estudo recentemente publicado no European Journal of Personality por um grupo de pesquisadores americanos, canadenses e britânicos.

O amor à primeira vista é uma paixão repentina que, aos olhos dos românticos incorrigíveis, trata-se do reconhecimento de duas almas gêmeas que se reencontram de vidas passadas. Tal reencontro é geralmente descrito como uma atração surreal, imediata e inesperada por uma pessoa.

A música, a literatura, a arte em geral já descreveram bem isso, afinal, é um sentimento que todo mundo já teve ou terá na vida.

Só que a ciência não gosta de romance e joga água fria nos corações inflamados dos apaixonados.

Para a ciência, o amor à primeira vista tem pouco a ver com se apaixonar, e menos ainda com a evolução da paixão para um sentimento real de amor.

De acordo com o estudo em questão, um relacionamento romântico se desenvolve gradualmente e não poderia ser de outra forma.

O estudo

O estudo é um dos poucos que capturaram o desenvolvimento inicial do relacionamento, ou seja, o período intersticial em que as pessoas experimentam crescente e decrescente interesse romântico por aqueles que poderiam ou não se tornar seus parceiros ou namorados.

Os pesquisadores avaliaram 208 participantes solteiros de ambos os sexos que, no período de sete meses, tiveram mais de 7.000 encontros românticos e relataram 1.065 potenciais parceiros românticos.

O estudo foi baseado em um algoritmo específico capaz de analisar uma série de informações, como por exemplo, as diferenças de cada indivíduo em relação aos seus objetivos dentro de uma conquista amorosa. Com isso, foi possível fazer uma avaliação de compatibilidade “teórica” ​​que pudesse indicar quem poderia estar mais interessado em quem.

A pesquisa mostrou que existem tantas variáveis ​​capazes de influenciarem o relacionamento amoroso, que seria impossível analisá-las com um simples “à primeira vista” no complicado jogo do amor.

Ponto de partida

O estudo sugere que o “desenvolvimento inicial do relacionamento é um período turbulento e volátil em que diferentes parceiros potenciais migram para dentro e para fora da vida das pessoas. Ao longo do período de 7 meses deste estudo, todos os participantes relataram vários parceiros em potencial, e muitos acabariam por formar relacionamentos sexuais ou de namoro – pelo menos temporariamente”.

Porém, as variáveis que determinam o sucesso ou não da flechada inicial do cupido são muitas, e vão muito além da “primeira vista”.

Considerar a primeira vista como um ponto de partida é sábio, tendo em vista que leva algum tempo para avaliar a compatibilidade ou não do casal. Em outras palavras, de acordo com esse estudo, é ingênuo acreditar que a primeira vista dá para prever que tudo irá correr bem.

O estudo também revelou não ter encontrado suporte para os efeitos de correspondência na preferência do parceiro ideal no interesse romântico, portanto, haveria a necessidade de novos modelos para explicar a origem da compatibilidade romântica.

E por que esse pessoal quer tanto saber qual é a fórmula do sucesso para o complexo jogo do amor?

Porque se descobrirem um algoritmo capaz de prever o amor, os Tinders da vida farão bingo.

Nós falamos sobre isso, neste artigo:

Vamos seguir humanos e acreditar no amor à primeira vista até que a nossa intuição – e não a ciência – diga o contrário? Ou vamos deixar que algoritmos escolham por nós o nosso parceiro ideal?

Aliás, nem só para namoro. O “à primeira vista” serve pra tudo: é aquela coisa do “santo não bate”.

Esperamos que os robôs nunca entendam isso! Pensar é para todos, sentir é para poucos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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