Coronavírus: China sabia! Novos documentos confirmam


Já havíamos contado aqui que a agência de notícias Associated Press (AP) teve acesso a documentos sigilosos da Organização Mundial da Saúde, OMS, mostrando que, em janeiro, no início da pandemia, a organização não confiava nas informações passadas pela China, tendo motivos relevantes para acreditar que o país estava atrasando dados sobre os efeitos reais do coronavírus e formas de transmissão, mesmo tendo conhecimento dos grandes riscos e perigos que a doença poderia causar, afetando inclusive outros países.

https://www.greenme.com.br/viver/saude-e-bem-estar/45905-china-sabia-sobre-riscos-pandemia/

Agora o canal de notícias internacional CNN, afirma que teve acesso a um documento descrito como “documento interno, por favor mantenha confidencial”, de mais 117 páginas, os quais foram devidamente verificados, comprovando que a China vivia uma situação caótica na cidade de Wuhan quando o coronavírus começou a circular por lá, diferente do que foi alertado pelas autoridades locais, no início da pandemia.

De acordo com o canal de notícias, a situação, que já era grave, foi amenizada propositadamente pela China, ao ocultar propositadamente, o alto risco de contágio e transmissão.

Em detalhes, a CNN diz que o documento mostra dados do Centro de Controle de Doenças da província de Hubei, onde fica Wuhan, com informações que vão de outubro de 2019 a abril de 2020, mostrando que os oficiais de saúde sabiam que os números de casos eram bem maiores do que os divulgados pelas autoridades governamentais.

Um exemplo disso ocorreu em 10 de fevereiro, quando o governo divulgou 2.478 casos de Covid-19, quando na verdade, os documentos comprovam que eram mais de 5 mil.

Os documentos mostram erros claros e falhas institucionais, tanto na comunicação quanto no tratamento médico e sanitário do país, revelando que o enfrentamento da doença não foi tão eficiente e transparente como noticiado, com muitos testes falhos e poucos mecanismos de notificação dos doentes.

Um outro ponto importante que os documentos revelaram é que Hubei enfrentava, ao mesmo tempo, um grande surto de gripe, o que dificultou e sobrecarregou o sistema de saúde ainda mais.

Outra questão levantada pela reportagem, revela que em dezembro de 2019, houve surtos do coronavírus em outras regiões da província de Hubei, Yichang, com 6.135 casos, e Xianning, com 2.148 casos, sendo Wuhan, a terceira mais atingida, com 2.032 casos.

No entanto, as autoridades chinesas afirmaram que o coronavírus teria sido transmitido, pela primeira vez, num mercado de animais vivos na cidade de Wuhan, contrariando esses documentos que comprovaram que já em dezembro, outras cidades já registravam grandes números de infectados.

Ainda um outro fato relevante, é que em março, quando a China afirmava que o surto do coronavírus estava controlado em Wuhan e que estava tomando todas as medidas protetivas e de contenção necessárias, além de testagem em massa, na verdade, estava demorando, em média, 23 dias para diagnosticar um paciente infectado.

De fato, são muitos dados novos que mostram uma realidade um pouco distante das informações divulgadas pelas autoridades chinesas.

Para Yanzhong Huang, pesquisador sênior da Global saúde no Conselho de Relações Exteriores,

“Ficou claro que eles cometeram erros, e não apenas erros que ocorrem quando você está lidando com um vírus novo. Também erros burocráticos e politicamente motivados em como eles lidaram com isso, com consequências globais”.

No entanto, os documentos não são provas ou evidências de que houve uma tentativa deliberada de obscurecer as descobertas, eles revelam inconsistências entre o que autoridades acreditavam estar acontecendo e o que foi revelado ao público, demonstrando mais uma fragilidade do sistema de saúde, regido pela burocracia autoritária e rígida de cima para baixo e como estavam mal preparados para lidar com as consequências de um vírus mortal e de alta e fácil transmissão aérea.

Mas uma coisa é certa, cada vez novos documentos são e poderão ser revelados, justamente porque a China não agiu e não age de forma transparente, não revelando nem disponibilizando os documentos médicos, sanitários e de pesquisas referentes ao SARS-CoV-2 às autoridades internacionais, nem mesmo a OMS, o que impede que haja uma investigação da origem do vírus de maneira segura e totalmente confiável.

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Juliane Isler

Juliane Isler, advogada, especialista em Gestão Ambiental, palestrante e atuante na Defesa dos Direitos da Mulher.


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