Os Sioux terão um Santo: o famoso Alce Negro


O lendário pajé da tribo Sioux da América do Norte, o Alce Negro, será sagrado para a igreja católica. É o que prometem bispos norte-americanos que, na última conferência deles, em Baltimore, aprovaram o início do processo que, no caso de uma conclusão favorável, levará o primeiro guerreiro nativo americano, e um dos poucos norte-americanos, às altas honras dos altares.

Alce Negro, (em inglês Black Elk), foi um grande guerreiro que, ainda criança, lutou na Batalha de Little Bighorn contra o General Custer, viajou pelo mundo com Buffalo Bill e assistiu aos horrores do Massacre de Wounded Knee.

O líder indígena ficou famoso no mundo inteiro depois da publicação do livro Alce Negro Fala – Black Elk Speaks, traduzido em diversas línguas e que contava a história da vida dele, tornado-se um clássico da espiritualidade contemporânea.

O livro também revelou aspectos pouco conhecidos da vida religiosa dos índios norte-americanos. Por exemplo, Alce Negro era católico, tendo sido batizado em 1903 mas não deixando, no entanto, de ser um líder de religião xamânica para o seu povo.

black elk

Após o seu batismo, em 1904, Alce Negro que é hoje considerado por muitos como o líder indígena mais influente do século XX, batizou centenas de Sioux e de outros índios, ensinando a Bíblia, celebrando missas, pregando sermões e vivendo uma vida humilde até sua morte em 1950 em uma reserva na Dakota do Sul.

Os missionários que o batizaram no dia de São Nicolau, deram-lhe o nome cristão de Nicolau.

Alce Negro não via nenhuma incompatibilidade entre o Cristianismo e o Xamanismo pois, para ele, Deus, a imortalidade da alma e a relação do homem com o divino são conceitos comuns entre cultos religiosos diversos.

Alce Negro não será o único santo indígena católico. Em outubro de 2012, Kateri Tekakwitha (1656-1680), fora canonizada por Bento XVI como Santa Padroeira do Canadá e da ‘Ameríndia’.

Que esta canonização sirva para atribuir mais respeito e conferir todos os direitos devidos, aos povos nativos destas terras. Com tantos “religiosos” e “cristãos” no comando da política mundial, espera-se que a beatificação de um Sioux consiga valorizar cada vez mais os povos indígenas, muitas vezes esquecidos e preteridos pelos tomadores de decisão mundial.

Foto fotos: Wikipedia




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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